04/04/2020

TransEspinhaço #2: Diamantina x Vila de Santa Bárbara


De olho nas folgas mais longas do calendário, no decorrer do ano vamos pensando em uma infinidade de roteiros, dando preferência praquelas rotas mais compridas pelo Espinhaço. Como é uma caminhada totalmente autônoma, feita no modo solo ou em poucas pessoas, uma logística simples é fundamental para o sucesso da jornada.

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Desta forma, uma opção que já figurava no imaginário era uma caminhada saindo de Diamantina, rumo à borda oeste do Espinhaço, passando pelo Parque Estadual do Biribiri e pelo Nacional das Sempre-Vivas, rompendo por trilhas antigas do Espinhaço. Aproveitando que tínhamos 5 dias, fizemos também um pequeno desvio de 20km para revisitar uma das cachoeiras mais bonitas da região e de Minas. Relato na sequência.

Serra do Cipó: Circuito Lagoa Dourada x Braúnas

O extremo sul do Espinhaço é uma região que, sabidamente, oferece diversas possibilidades de trilhas e travessias. Em busca de fechar mais um circuito na região, embarcamos, a Lidi e eu, para Altamira, um vilarejo pertencente ao município de Nova União.

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Lá iniciamos e finalizamos um circuito que contemplou os dois principais atrativos das redondezas: o vale da Lagoa Dourada e a cachoeira Braúnas.

Travessia Marins x Itaguaré


Nos fins da alta temporada de montanha, lá na virada de agosto pra setembro, embarcamos para mais uma travessia clássica do montanhismo brasileiro: Marins x Itaguaré. E como não ficamos preso ao usual, aproveitamos a estadia na Mantiqueira para atacar outros dois picos: Maria e Mariana.

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08/12/2019

Parque Nacional das Sempre-Vivas: Circuito Inhaí


Nos princípios de 2019, não me lembro ao certo o mês, comecei a construir um roteiro no Parque Nacional das Sempre-Vivas, especificamente na borda leste do parque, de forma a integrar algumas cachoeiras que não conhecia àquele que pra mim é um dos atrativos mais impressionantes da unidade: Inhacicão.

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Depois de muitas conversas via WhatsApp com o Felipe do Serra Sertão, lá de Diamantina, além de horas e mais horas analisando cartas topográficas e imagens de satélite, enfim uma trilha foi plotada. Depois de uma longa espera, em meados de agosto tive a folga necessária para enfrentar mais essa jornada pelo Espinhaço, acompanhado por um novo companheiro: Douglas, a.k.a. Dutra Montanha.

1º dia: Inhaí x Cachoeira do Felipe

Saímos de BH na noite de sexta, pós expediente, e chegamos à Inhaí na madrugada de sábado, depois de aproximadamente 6 horas de viagem. Encostamos o carro na praça da Igreja de Sant’Ana e ficamos por lá mesmo até o dia amanhecer. Pela manhã ajeitamos nossas cargueiras e saímos à procura de uma padaria na pacata Inhaí. Mal havia botado o pé pra fora do carro na noite anterior e já tinha descoberto um carrapato preso à barriga. Era o prenúncio do caos rs.

Depois de andar um pouco por Inhaí e conseguir dois pães e uma mortadela já fatiada por um preço bem módico, às 9:32 iniciamos nossa longa jornada pelo Espinhaço. Tomamos uma estradinha vicinal para noroeste, seguindo em direção à Fazenda Gavião. O caminho é bem sombreado e no nosso percurso pude perceber algumas construções novas, não lembrava de ter visto tantos sítios na minha passagem anterior por ali.

Após a ponte de madeira sobre o Córrego do Baú tem início uma forte subida. A margem esquerda da estrada estava bem limpa e mais acima encontramos alguns rapazes instalando uma cerca novinha em folha. Depois do top uma forte descida termina nas margens do Ribeirão Inhaí, onde chegamos às 11:25, após 7,5km de caminhada.

Mesmo caminhando por uma estradinha em condições razoáveis, pegamos alguns carrapatos, que estavam estrategicamente posicionados na ponta de um capinzinho dourado. Antes de atravessar o Ribeirão Inhaí, entramos à esquerda em uma trilha bem discreta e suja no interior da mata. Avançamos por quase 700 metros até margeando o ribeirão e subindo um de seus afluentes, o Córrego do Quilombo. Às 11:43 fizemos nossa primeira parada mais prolongada, aproveitando um ligeiro mormaço do fim da manhã para tomar um breve banho na cachoeira do Brocotó.

Brocotó

A cachoeira, na verdade, é uma espécie de corredeira do Córrego Quilombo, que forma vários pocinhos, mas nenhum grande o suficiente para abrigar um grande público. Chegando ao local percebi que a calça já estava infestada de carrapatos e Douglas também tomou nota da situação. Por sorte ele carregava uma fita adesiva, que foi crucial para que conseguíssemos retirar as dezenas de carrapatos com facilidade.

Depois de uma inspeção geral, às 13:11 deixamos a cachoeira do Brocotó para dar prosseguimento a nossa jornada. De volta à estradinha, agora enfrentamos uma longa subida. Quase no topo mantivemos à esquerda numa bifurcação, adentrando na porteira da Fazenda Gavião. O terreno estabiliza e saímos dos capões de mata para caminhar em uma área descampada, uma capoeira, com algumas árvores remanescentes.

Próximo ao que sobrou de uma casa, fizemos uma ligeira feira nos pés de limão capeta, sempre abarrotados de frutos. O suco dos próximos dias já estava garantido rs. Caminhamos por mais 500 metros e, enfim, chegamos à pequena sede da Fazenda Gavião, às 14:11. No local estava Gedalvo, mais conhecido como Tim, de quem Felipe já havia me falado. Fomos convidados a entrar na casa e tomar um café, embora o café mesmo já tivesse acabado rs. Depois de uma conversa breve com Tim, com quem deixamos combinado o retorno para estrear a churrasqueira que ele estava construindo rs, retomamos à caminhada às 14:30.

Enfim deixamos a estradinha vicinal, que chegara ao fim, cruzando uma porteirinha acima da casa da fazenda. A trilha segue em nível, um pouco suja, atravessando os capões de mata que cerca o Ribeirão Inhaí. Ainda próximo à sede saímos em uma área descampada, onde as touceiras de capim tomam conta da beirada da trilha e podem confundir o caminhante. Logo adiante passamos pelo primeiro ponto de água, um pequeno afluente do Ribeirão Inhaí.

Em relevo suave, com subidas e descidas curtas, a trilha cruza outros três pequenos afluentes do Ribeirão Inhaí. O segundo era um lugar bucólico, onde a trilha calçada por pedras e o frescor da mata nos fez parar por alguns instantes. Depois de cruzar o quarto afluente do Inhaí, tem início uma subida moderada. A trilha mantém o rumo para oeste, mas agora o ribeirão vai se afastando. Por conta disso deixamos os capões de mata para caminhar em um trecho de cerradinho ou campo cerrado.

Cachamorra

Com o visual desimpedido, ao sul podemos observar a Serra da Cachamorra e seus afloramentos característicos do Espinhaço. Em uma bifurcação deixamos o caminho mais consolidado em favor de uma trilha suja que seguia à esquerda, no rumo pretendido. A expectativa era que essa trilha nos levasse ao fundo do vale, para a região da Cachoeira do Felipe, porém não foi o que ocorreu. Como a trilha suja seguia para oeste, em um determinado ponto resolvemos abandonar esse caminho e seguir para o sul, sem trilha definida. Pelo caminho interceptamos algumas outras trilhas, mas elas seguiam para outras direções.

Sem muitas dificuldades, exceto eventuais desvios dos arbustos, descemos pelo cerradinho em direção aos afloramentos rochosos na parte mais baixa do terreno. Chegando aos campos rupestres logo identificamos um arremedo de trilha, por onde seguimos até encontrar o local utilizado como acampamento, um pouco acima do Ribeirão Inhaí.

Às 17, em ponto, arranchamos em uma área bem interessante. Aproveitamos para montar as barracas antes do cair da noite, o que acabou tirando nosso tempo para aproveitar o ribeirão ainda com claridade. Com as tendas montadas, descemos até a cachoeira do Felipe, uma descidinha bem encardida pelos afloramentos rochosos, diga-se de passagem. Chegamos ao pocinho da cachoeira, que se assemelha à do Brocotó, e ficamos por lá cerca de vinte minutos, retornando ao acampamento às 18.

No início da noite cozinhamos uma janta rápida e tratamos logo de descansar, para compensar a noite mal dormida do dia anterior. Neste dia caminhamos 18,2km

2º dia: Cachoeira do Felipe x Ponte do Fundão

Durante a noite ventou bastante e, por estar com o saco de verão, senti um pouco de frio no fim da madrugada, mas nada que atrapalhasse o sono. Acordei um pouco antes do sol nascer para contemplar o espetáculo da aurora – e na expectativa para me aquecer um pouco, já que estava tremendo mais que vara verde fora da barraca rs.

Acampamento Felipe

Demos uma ligeira enrolada, como de praxe, e deixamos o acampamento às 8:01. Em vez de seguir pela trilha que acompanha o Ribeirão Inhaí, a ideia era seguir para norte e interceptar a estradinha Fazenda Kolping-Inhaí, seguindo por esta até o encontro com a outra estradinha que segue para a região do Arrenegado e Taquaral.

Seguimos, pois, no rumo norte, tentando repetir o caminho da tarde anterior para aproveitar os capins dobrados. No trajeto pegamos alguns poucos carrapatos e, como num passe de mágica, caímos numa estradinha, o que não esperava de forma alguma, tendo em vista que não dava pra ver nada do tipo nas imagens de satélite.

Fomos subindo um morro suave pela estradinha, que nos levava para o rumo pretendido. Ao sair do cerradinho e adentrar em um trecho de afloramentos rochosos, deixamos o leito da estradinha e tomamos uma trilha que saía à esquerda, que nos serviria como atalho. A trilha passa por alguns trechos mais e outros menos arenosos, descrevendo uma curva para o oeste. Logo interceptamos a antiga estradinha que ligava a Fazenda Kolping a Inhaí. Digo antiga porque, mais a leste, existem três pontes em péssimo estado de conservação, que impedem a passagem de qualquer tipo de veículo guiado por quem tenha o mínimo de juízo.

Na estradinha, agora seguimos, definitivamente, para oeste. Logo passamos por um pequeno alagado, trata-se das cabeceiras do Córrego da Gameleira. Por um suave aclive vamos avançando pela estradinha em bom ritmo. Passamos por uma cerca velha que indicava ser a entrada (ou a saída) da Fazenda Gavião, na região conhecida como Baliza ou Campos São Domingos.

Às 10:16, depois de percorrermos 8,6km, chegamos à bifurcação da estradinha, tomando o caminho para o norte, que nos levaria para a região do Arrenegado e Taquaral. Avançamos pelos Campos de São Domingos, agora por um suave declive, rodeados por belas serras. Espinhaço! Mesmo sombra sendo um artigo de luxo naquele momento, o vento era constante nos campos do alto do Espinhaço, tornando a caminhada bem agradável.

Mais ao norte, às 10:57, fizemos uma parada providencial em uma lapa na margem da estradinha. Local estratégico nas cabeceiras do Ribeirão Inhacica. Depois de uma breve refeição, retornamos à caminhada, sempre pela estradinha. Após cruzar um alagado, uma das nascentes do Inhacicão, começamos uma forte subida. Neste momento o Douglas ouviu um barulhinho no mato e observou um tatuzinho xeretando por lá. Eu mesmo não vi nada, só baixei a cabeça para terminar a subida.

Rapidamente chegamos ao ponto culminante da rota, com amplos visuais do conjunto de serras das terras altas do Espinhaço. Lugar magnífico, onde certamente poderia ficar contemplando por várias horas. Adiante chegamos a uma outra bifurcação, onde novamente mantivemos à direita, adentrando na região do Arrenegado.

Temos pela frente um forte declive, onde uma erosão no fundo do terreno, à direita, chama atenção. Vamos entrando no vale do Córrego Conquista e agora a trilha segue no rumo nordeste. Logo que chegamos a beira do capão de mata nos deparamos com uma grande árvore caída. Logo adiante os resquícios do que deveria ser uma Aero Wyllis Rural. A partir desse ponto o que era uma estradinha trafegável por veículos 4x4 vira uma trilha que pode ser acessada somente por motocicletas, no máximo.

Panorama Espinhaço

Às 14:05 chegamos a uma travessia do Córrego Conquista e aproveitamos a sombra para fazer uma parada para descanso e lanche. Já havíamos rompido a barreira dos 20 quilômetros e resolvi descascar uma das laranjas que levava na cargueira. De repente, o encontro que eu menos esperava ter naquele lugar: um senhor aparece pilotando uma moto! Acho que foi uma surpresa pros três, já que ele também deveria estar encucado com o tanto de pegadas que visualizou na estradinha.

Conversamos rapidamente, ele nos disse que ali era a região do Arrenegado, que é uma RPPN inscrita na área do Parque Nacional das Sempre-Vivas. Se não me engano, era um parente do Levi, um dos poucos moradores do interior do PNSV, que vive em um rancho alguns quilômetros adiante. Depois de alguns minutos, o senhor continuou sua jornada e nós seguimos a nossa. Vamos seguindo margeando o Córrego Conquista, observando as incontáveis taquaras presentes no capão de mata, um prenúncio de que nos aproximávamos da região do Taquaral.

Cruzamos o córrego mais uma vez e saímos em uma área descampada, mas logo voltamos ao trecho florestado. A caminhada segue em declive e estamos cada vez mais próximos da incerteza do dia, que era a tal da trilha do telégrafo.

Após a passagem por uma tronqueira, deixamos os afloramentos para trás e caminhamos, mais uma vez, ao longo de um cerradão. Próximo ao ponto onde marquei o início da trilha do telégrafo observamos um poste antigo caído ao chão, batendo com as referências passadas pelo Felipe. Descemos mais um pouco pela estradinha para explorar a área, para verificar se tinha algum caminho aparente, mas nada. Retornamos pra perto do poste e decidimos adentrar naquele trecho de cerrado/mata, aproveitando uma linha mais limpa no terreno. Por este caminho mais limpo, com aparência de já ter sido alterado alguma vez ao longo da história geológica do planeta, vamos descendo para o fundo do vale, onde está o Córrego Conquista.

O caminho embrenha de vez nos capões de mata do Conquista, repleto de taquaras. Prestando toda atenção do mundo, percebo um trilho bem sujo, era o caminho! Vamos avançando para noroeste, com o facão vou abrindo caminho entre galhos caídos e taquaras e o Douglas vem logo atrás dando acabamento com seu cajado. Observamos cocôs de cavalos/bois e estava cada vez mais esperançoso. Vai dar certo demais! No entanto, em determinado ponto no interior daquela grota o rastro some por completo. A passagem se torna muito suja, com diversos troncos e galhos caídos, além das centenas de taquaras, que tornam cada metro conquistado uma vitória. Decidimos nos aproximar da margem do córrego, que fica num fundo de uma vala, aproximadamente 2 metros abaixo do ponto onde caminhávamos, mas a situação também era crítica.

Então, aproveitando uma ponte natural, que se tratava de um tronco retorcido que alcançava a outra margem do Córrego Conquista, fizemos a travessia em busca de melhor sorte. E BINGO! Depois de vencer alguns arbustos, reencontro o rastro de trilha. Vamos avançando com maior facilidade e damos de cara com um ponte do telégrafo ainda em pé! Não é que o negócio existe mesmo?

Deixamos o Córrego Conquista para trás e o caminho nos leva para um trecho bem confuso. A serrapilheira, que devia ter metros de profundidade, apagava qualquer rastro. Seguimos no rumo noroeste e, aos poucos, as árvores foram ficando cada vez mais esparsas. Ufa! Vencemos! Vencemos a grota e agora estávamos, novamente, em uma mistura de cerradão com capoeira.

Em vez de contornar o morrote, demos logo uma guinada para o norte, enfrentando a subida de frente. Não tinha mais rastro de trilha, mas o terreno e a vegetação ajudavam. Mais um resquício da linha do telégrafo no caminho! Depois de vencer o topo do morrote, vamos descendo em direção a uns afloramentos rochosos. Vamos contornando pela direita até que chegamos a um ponto sem saída: vamos precisar descer pelos afloramentos. Dos afloramentos foi possível observar uma trilha passando na parte mais baixa do terreno. Era ali! Visualizamos um ponto em que era possível descer com alguma segura e, me apoiando em raízes e blocos, desço uma parede de aproximadamente dois metros. Vencida a parede, agora é pular pedrinhas até interceptar essa trilha antiga.

Passamos por um ponto de água e cruzamos um morrote que nos leva à margem do Córrego Fundão. A trilha, ainda que suja, denotando pouquíssimo movimento, era relativamente fácil de visualizar. Aquela altura, minha preocupação era um local bom para acampar e montar nossas barracas, que não são autoportantes. No entanto, a preocupação durou pouco. Chegando ao Córrego Fundão, encontramos o lugar ideal na cabeceira de uma antiga ponte, que já não existe mais. Terreno plano e arenoso, ideal para uma noite de sono nos cafundós do PNSV.

Adotei estratégia diferente e fui direto para o Córrego Fundão tomar banho, antes que o dia fosse de vez. Douglas preferiu manter a estratégia. Já com a noite dominando, fizemos nossa janta e fomos dormir. Neste dia caminhamos 28,7km, finalizando o expediente às 17:46.

3º dia: Ponte do Fundão x Inhacica

A noite foi bem úmida na beira do Córrego Fundão e a barraca amanheceu ligeiramente condensada por dentro. A ideia era desmobilizar rapidamente pra sair mais cedo, mas deixamos a cabeceira da antiga ponte somente às 8:15.

Descemos pelos lajeados e cruzamos o Fundão pulando entre os diversos blocos emersos no leito, mas antes fizemos uma rápida parada para pegar água. Na outra margem subimos por uma das várias trilhas sujas, saindo em uma capoeirinha, onde atravessamos uma cerca. Logo desembocamos no Córrego Taquaral, pelo qual uma água fraca corria nos lajeados, mas antes formava alguns poços interessantes para banho.

Na outra margem do Taquaral passamos por uma espécie de acampamento, onde havia alguns mourões e folhas de palmeiras secas. A trilha suja segue subindo por uma capoeira no interior de uma mata mais densa. A presença de samambaias e de uma vegetação bem mais baixa neste miolo demonstrava, certamente, que aquele caminho tinha sido aberto para a passagem do telégrafo.

A subida é forte e, pra piorar a situação, o trecho estava infestado por carrapatos de todos os tipos. Dos maiores, vermelhos, e dos quase imperceptíveis, os micuins. A todo momento fazíamos uma parada para recolher os infelizes, com a ajuda de uma fita adesiva. Certamente pegamos mais de 100 carrapatos cada neste trecho, mas grande parte foi retirada na hora, uma minoria se escondeu nos bolsos e partes escondidas da calça e alguns poucos alcançaram a glória.

Quando o relevo se estabiliza, deixamos a mata e avançamos por uma trilha bem consolidada num trecho de campos. Agora seguimos por um ligeiro declive, passamos pelos restos de um poste do telégrafo e atravessamos uma das cabeceiras do Córrego Taquaral. A trilha deriva para nordeste, subindo entre afloramentos rochosos e sobre eles também. Em um trecho espremido entre duas serrinhas, podemos apreciar mais um pouco as pegadas de onça, visualizamos, inclusive, o trecho onde a bicha deixou a trilha para se embrenhar entre os afloramentos à direita.


Em ligeiro aclive a trilha segue bem consolidada por campos. Vamos seguindo para o norte, nos aproximando do rancho de Geraldim da Serra. Na parte mais alta do terreno, no entanto, antes de chegar ao rancho, deixamos o caminho mais consolidada para pegar algumas trilhas discretas que seguiam para o leste.

Próximo a um capão de mata interceptamos a trilha mais consolidada novamente, o caminho que desce a serra rumo ao Jequitinhonha. Antes de começar a descer, no entanto, subimos mais um pouco, entre afloramentos rochosos e capões de mata. O sol estava especialmente quente a esta altura, denotando que seria uma jornada árdua até o Inhacica.

Durante a descida cruzamos trechos de campos, cerrado e capões de mata. As passagens pelos capões eram as mais tensas. Mesmo proporcionando uma sombra e um frescor, a possibilidade de passar por outra infestação de carrapatos nos deixava em estado de alerta. Com o calor arrebatador, pouco depois das 11 resolvemos fazer uma parada mais prolongada, aproveitando uma pequena sombra no caminho. Aproveitamos também para fazer uma inspeção minuciosa nas roupas e no corpo, em busca dos carrapatos remanescentes. Retornamos à caminhada cerca de 50 minutos mais tarde, a esta altura tinha um sol pra cada um.

Durante a descida, com frequência, passávamos por alguma embalagem deixada para trás. Em uma parte mais aguda da descida, onde havia alguns degraus, uma completa porcaria. Aproximadamente 10 embalagens de achocolatado e pacotes de biscoito. Quem seria esse ser porcalhão? Seguimos descendo e às 12:22, depois de percorrer 8,7km, passamos pelo Ribeirão, o primeiro ponto de água após o acampamento. Se soubesse teria feito uma parada naquela sombra e água fresca…

Reabastecemos rapidamente e continuamos nossa jornada. Quase 2km adiante passamos por um outro afluente do Ribeirão, também fonte de água fresca. A caminhada agora seguia entre trechos de cerrado e capões de mata, dando um alívio em relação ao sol. Às 13:03, depois de percorrer 11,6km, chegamos a uma aparente bifurcação. Não observei direito, mas segui pela trilha mais consolidada, à direita. Isto nos levou a um rumo sudeste, passando por um trecho de cerradão, arborizado.

A esta altura a descida já estava mais suave e estávamos nos aproximando do nível de base, que era as proximidades do Jequitinhonha e Inhacicão. A trilha nos levou a uma estradinha de rodagem, ignoramos uma saída à direita para seguir adiante e acabamos topando com um rancho que havia marcado naquele local. Como havia barulho de rádio, logo vimos uma senhora e Douglas foi à cerca se apresentar. A dona logo pegou um facão e veio meio desconfiada em nossa direção. Ela parou na cerca do outro lado, a uns 10 metros da gente e fez algumas perguntas. Ela gritava de um lado e a gente do outro rs. Depois de algum diálogo ela se acalmou e nos deu algumas dicas sobre o caminho até o Inhacica, o que batia com o que o Felipe tinha me passado.

Retornamos pela estradinha e seguimos por aquele caminho à direita, que havia ignorado minutos atrás. A estradinha de rodagem logo nos levou a um alagado, um afluente do Córrego do Bagre, que contornamos pela matinha à esquerda. Agora estávamos caminhando para o sul, seguindo por uma estradinha em nível de dois sulcos rodeada por capim.

Inhacicão

Estávamos nos aproximando de uma bonita vereda, como todas as outras, repleta de coquinhos de buriti. Douglas aproveitou a passagem para pegar alguns frutos. Eu até queria, mas só pensava em chegar e não queria gastar energia com isso. Adiante chegamos a uma cerca e avistamos uma casinha um pouco mais acima, à esquerda. No entanto, vamos margeando a cerca pela direita, seguindo por uma trilha quase apagada pelos capins compridos. Mantivemos o rumo sul, em alguns momentos a trilha era bem consolidada, em outros estava suja e com diversos caminhos paralelos.

Por um ligeiro declive avançamos em direção ao Rio Inhacica. Uma mancha de cerrado esconde a vista do rio, mas assim que chegamos à margem a mágica acontece. Todo o conjunto de serras e aquele remanso de rio tornam a parte final do vale do Inhacicão um espetáculo fora do comum. Certamente uma das paisagens mais magníficas de todo o Espinhaço! Com o ânimo revigorado pela belíssima paisagem, de encher os olhos, avançamos para oeste, acompanhando a margem.

Contemplávamos a paisagem observando a beleza cênica do local e também um possível vau no Inhacica. Seguimos no rumo, já que havia muitas trilhas neste trecho, todas levando para a mesma direção. Próximo a um afloramento tomamos à esquerda, na expectativa de atalhar uma barriga da trilha. Saímos então neste afloramento, onde havia alguns resquícios de acampamento e fogueiras. A travessia por ali seria bem complicada, então atalhamos em direção à barriga e fizemos a travessia de um pequeno córrego com facilidade.

Continuamos a seguir pelas trilhas mais consolidadas, caminhando para o sul novamente. A senhora que nos atendeu no rancho falava de um vau próximo à serra, mas o Felipe havia me falado de uma passagem na confluência do Fundão com o Inhacica. Mantivemos à esquerda neste trecho final, optando pela proximidade com a margem do rio. Em determinado ponto todas as trilhas que víamos começaram a descrever uma curva para norte, muito provavelmente em direção ao vau próximo à serra. Seguimos, pois, em direção ao rio, passando com facilidade em um trecho de gramíneas bem rasteiras.

Próximo ao rio o capim fica mais viçoso, mas nada que dificultasse a chegada. Finalmente, às 15:43, depois de 20,7km chegamos ao ponto de travessia, a parte mais esperada do dia. Do outro lado um grande banco de areia nos mostrava o rumo a seguir. Na confluência os dois remansos (Fundão e Inhacica) se encontravam, sendo o Fundão o corpo d’água mais profundo. Sem qualquer referência nas margens, o jeito foi explorar. Felipe me garantiu que a água não passava do peito, então fui conferir. Com o auxílio do bastão do Douglas mapeei a passagem possível, onde conseguiríamos passar andando.

Após sinalizar a passagem com o próprio bastão, pegamos nossos apetrechos e fizemos a travessia. A água estava 100% refrescante, principalmente depois de horas e horas caminhando sob um sol escaldante em meio ao cerrado do Jequitinhonha. A vontade era de se arrumar por ali, mas faltava pouco para o local indicado de acampamento.

Ao invés de subir pelas margens, que estavam completamente fechadas pelos tufos de capim, seguimos caminhando pelo leito raso do Inhacica, com muitos bancos de areia. Algumas dezenas de metros a frente encontramos um vau e a saída à esquerda. Subimos para terra firme, calçamos as botas e andamos os pouco menos de 400 metros até chegar à cachoeira do Inhacicão. Ou, melhor dizendo, uma sequência de quedinhas e pocinhos do Rio Inhacica Grande.

Quedas d'água no Inhacicão

Às 16:22 deixamos nossas coisas em uma área próxima da queda e fomos explorar o local pelo fim de tarde. Sem sombra de dúvida estávamos em um dos lugares mais belos do Espinhaço! Durante a noite contemplamos um pouco do céu noturno e fizemos nossa última janta. Neste dia caminhamos 21,4km.

4º dia: Inhacica x Inhaí

Mal o céu tinha clareado e já estávamos de pé, pois a intenção não era prolongar demais o retorno para a capital. Desmobilizamos o acampamento com alguma agilidade e fizemos nosso desjejum. Na noite anterior Douglas já tinha dado um trato nas panelas, facilitando nossa saída rs.

Às 6:53 deixamos a área de acampamento pela mesma trilha que chegamos no dia anterior. Um pouco antes da saída para o vau que passamos no dia anterior, tomamos uma trilha discreta à direita, que segue para o leste. O dia estava nublado na borda do Espinhaço, como de costume, uma manhã bem agradável para uma longa caminhada.

Avançamos por um trecho de cerrado, bordejando um morro algumas dezenas de metros mais alto que a gente. Mais a frente, numa passagem entre os afloramentos, a trilha faz uma curva até tomar o rumo sudoeste, ganhando alguma altitude. O caminho vai se tornando mais consolidado entre o cerrado, até que saímos em uma estradinha. Adiante o cerrado se concentra mais à esquerda, dando lugar uma uma bonita vereda.

Aproveitando alguns buritizeiros ainda pequenos, coletei alguns coquinhos para levar para casa, afinal tinha ficado só na vontade no dia anterior. Seguimos pela estradinha ladeando o cerrado e chegamos a uma tronqueira. Logo após a tronqueira passamos na frente de mais um rancho, onde chegamos às 7:49, após 3,3km de caminhada.


No fundo do terreno, em uma parte mais alta, um senhor lidava com os animais. Ao perceber nossa passagem ele fez uma pergunta de longe e veio em nossa direção. Não entendemos muito bem e aguardamos ele chegar. Era Geraldão, de quem a senhora do dia anterior havia nos contado sobre. Proseamos um cado, contamos da nossa jornada, mas como tínhamos alguma pressa pra chegar a Inhaí não rendemos tanto o papo. E o homem gostava de conversar! rs. Bom, fica pra uma próxima.

Saímos do rancho do Geraldão por uma estradinha arenosa que segue para sudeste, atravessando a vereda e avançando por campos. O dia ainda estava nublado e bem agradável, mas mostrava sinais de mudança mais ao sul. Seguimos acompanhando os postes de eletricidade em direção à localidade das Vargens, ou Vargem do Inhaí, uma comunidade quilombola. A partir da Fazenda Buritis, onde fica Sô Geraldão, boa parte da caminhada se desenvolve por estradas de terra, sem maiores dificuldades, à exceção do esforço descomunal para vencer os extensos areiões.

Em um trecho mais adiantado os postes de eletricidade desceram em direção ao Jequitinhonha, para a Fazenda Lamarão, e nós continuamos pela estradinha arenosa. Logo antes da ponte de madeira sobre o Córrego das Vargens passamos por uma cancela trancada com cadeado, o que impede o acesso de carros e veículos grandes ao Inhacica. As explorações cibernéticas já haviam demonstrado que o acesso ao Inhacicão carecia de autorização do pessoal dessa Fazenda Lamarão…

Passamos algumas propriedades na beira da estradinha, algumas só habitadas por cachorros, outras com movimento de gente. Mais ou menos duas motos passaram pela frente nesse trecho. Cruzamos o que deveria ser o Córrego Fundo e o Boa Ação, mas ambos estavam totalmente secos. Após este último córrego seguimos em frente numa bifurcação da estradinha, seguindo os postes, um trecho bem arenoso e muito cansativo. Em uma encruzilhada seguimos reto, saindo do que era um leito arenoso de uma antiga estradinha para caminhar em uma trilha arenosa, mas não tanto. Alguns minutos depois e estávamos na estrada de rodagem novamente.

Caminhamos algumas cetenas de metro pela estrada e, no meio de uma leve descida, deixamos o caminho dos carros para entrar em uma picada recém-aberta à direita, onde dois mourões fincados impediam a entrada de veículos grandes. Seguimos por uma picada ampla avançando em meio a uma vegetação bem densa, embora composta somente por arbustos e pequenas árvores. Tomamos à esquerda numa bifurcação que se apresentou e passamos a descer, deixando a vegetação encardida para trás e avançando por um cerrado. A esta altura o sol já torrava os miolos e só queríamos chegar.


Os caminhos paralelos e arenosos vão descendo pelo cerrado em direção ao Ribeirão Inhaí. Próximo ao curso d’água o cerrado dá lugar a um capão de mata e a trilha descreve uma curva para sudeste. No entanto, em vez de seguir a trilha consolidada, resolvemos atravessar o Ribeirão Inhaí por ali, para na outra margem subir até um rancho e continuar por uma estradinha.

Sem dificuldades, a não ser a retirada das botas, às 11:52 cruzamos o refrescante ribeirão, com suas margens arenosas. Atravessamos uma cerca de dois ou três fios e subimos alguns metros acompanhando o Inhaí, até encontrar uma trilha que subia o barranco à esquerda. Esta trilha avançava alguns metros entre capoeira e capão de mata até desembocar em um rancho, onde dois cavalos faziam a segurança rs. A partir dali era mais estradinha até Inhaí, dessa vez com alguma oferta de sombra.

Sob um sol que castigava e um calor característico do Jequitinhonha, enfrentamos a última subida da rota. Quando passamos próximo a um rancho com cara de abandonado, abaixei a cabeça para não desanimar com o morro rs, neste momento Douglas me chama falando que um veado tinha acabado de cruzar a estradinha…. Não era possível, caminhar aquilo tudo e não ver bicho nenhum só carrapato!

Injuriado segui os últimos quilômetros, agora prestando atenção no movimento em qualquer moita. Finalmente, às 13:14, depois de percorrer 23,2km neste quarto dia e quase 94km no total, retornamos à Igreja de Sant’Ana em Inhaí. Que jornada, amigos!

Foi com o espírito de missão cumprida, feliz pelas contribuições dadas pelo Felipe, pela excelência que foi nossa navegação e pela companhia do Douglas que terminei essa travessia. Foram quatro dias duros, porém repletos com as mais belas paisagens que o Espinhaço pode proporcionar. E que potencial é esse do Parque Nacional das Sempre-Vivas, um recanto que merece atenção especial dos montanhistas pelas possibilidades ofertadas.

LOGÍSTICA:

O formato circuito facilita o quesito logística, tendo em vista que o caminhante pode optar por se deslocar autonomamente em veículo próprio. Tendo como referência Belo Horizonte, Inhaí está a aproximadamente 340km de distância, com o acesso sendo realizado pela BR-040 (saída Brasília), MG-231 e LMG-754 (saída Curvelo), BR-259 e 367 (até Mendanha) e estrada de terra até Inhaí. A estrada de terra está em condições regulares (agosto/2019), acessível por qualquer tipo de veículo.

De ônibus, a logística é feita via Diamantina, que conta com um bom acesso desde a capital, com vários ônibus por dia. Em Diamantina há um ônibus rural até Inhaí, horários e disponibilidade de dias devem ser checados com maior propriedade na rodoviária local. Ressalto que esses ônibus de ligação com os distritos costumam sair de Diamantina na parte da tarde, inviabilizando a caminhada. E costumam sair dos distritos no início da manhã, o que pode demandar um pernoite a mais.

OBSERVAÇÕES:

A dificuldade deste circuito pode ser classificada como alta, em virtude das travessias de córregos e ribeirões, dos trechos sem trilha definida ou com trilha bastante suja, por exigir uma boa navegação e um bom condicionamento físico para cumprir a distância proposta. Não é uma caminhada recomendada para pessoas iniciantes no trekking.

Boa parte da caminhada é realizada por trilhas e estradas do Parque Nacional das Sempre-Vivas. O trecho inicial (antes da Fazenda Gavião) e o trecho final, após a Fazenda Buritis é feito em trilhas e estradinhas vicinais, margeando propriedades particulares. Sugere-se o contato com a administração do Parque Nacional das Sempre-Vivas antes de realizar esta rota.

SEJA DISCRETO, LEVE SEU LIXO DE VOLTA, NÃO FAÇA FOGUEIRAS, FECHE AS PORTEIRAS/TRONQUEIRAS QUE PASSAR, SEJA CORTÊS COM OS MORADORES LOCAIS.

Não há rota de escape viável ao longo do trajeto. No trecho inicial, até a região do Arrenegado, pode ser considerado o retorno à Inhaí ou a saída para a região de Quarteis do Indaiá/Macacos/São João, embora estas localidades sejam bem mais distantes. Outra opção é seguir para a Fazenda Kolping, sede do Parque Nacional, e verificar se há brigadistas no local ou alguma viatura.

A partir da região do Taquaral e Campo João Alves, a opção mais lógica é descer para o vale do Rio Jequitinhonha e de lá retornar à Inhaí ou seguir para Senador Mourão, que fica do outro lado do rio (não há ponte na localidade, devendo a travessia ser realizada em época de seca). Independente da alternativa a ser utilizada como rota de escape, tenha em mente que estará em uma região remota, a muitas horas ou dias de caminhada das cidades e vilarejos mais próximos.

Há sinal de telefone (VIVO) nas proximidades de Inhaí. Deve-se checar a possibilidade de sinal na descida do Campo João Alves para o Jequitinhonha. Boa oferta de água ao longo do circuito, devendo o caminhante se atentar apenas aos trechos longos de maior escassez. Considero uma autonomia de 2L como ideal.

Caminhada recomendada apenas para a época da estiagem (abr/out). No período chuvoso, com a elevação do Rio Jequitinhonha, as águas do Ribeirão Inhacica e do Córrego Fundão são represadas, tornando a travessia realizada na parte final do 3º dia mais difícil ou impossível, a depender da profundidade e equipamentos disponíveis. No entanto, segundo os moradores locais, há um vau em um trecho mais acima do Córrego Fundão, o que pode permitir a travessia mesmo no período de cheias.

Parque Nacional do Caparaó: Pico da Bandeira, Calçado e Cristal


Pouco mais de três anos após minha primeira ida ao Caparaó, retorno à região para, enfim, conquistar os três principais picos do parque e contemplar todo o entorno.

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Serra do Caraça: Agulhinha, Baiano e Sol

Uma série de planos fracassados fez com que eu optasse por algo mais próximo de BH, mas nem por isso menos interessante. Chegou a vez e a hora de explorar um pouco melhor a face leste da Serra do Caraça e os gigantes de rocha do Espinhaço – ou não seria Espinhaço?




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Lapinha da Serra IV: Circuito Bicame-Soberbo

A porção da Serra do Espinhaço ao sul de Diamantina, definida como Espinhaço meridional, possui inúmeros caminhos, nas mais diversas direções. E quando os caminhos não existem, a vegetação e o terreno costumam ser amistosos o suficiente para não impedir o deslocamento.

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Em mais um desses caminhos, partindo novamente do vilarejo de Lapinha, fizemos um novo circuito na região, dessa vez englobando dois dos grandes atrativos da região: Cachoeira do Bicame e Poção do Soberbo!

CarnaMato IV - 2019


Pra quem gosta da montanha o Carnaval é uma das melhores datas do ano, já que são 5 dias livres para andar até enjoar. Em um ano com poucos feriados propícios para travessias mais longas, tratei de bolar uma boa rota para ocupar 4 dias desses 5 dias. Com a benção do tempo, que prometia somente um pouco de chuva pro período, viajei até o vilarejo de Lapinha, em Santana do Riacho.

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O roteiro escolhido foi a saída da Lapinha pela estradinha Transamante até o topo do Cânion Peixe Tolo; depois descer para parte baixa do Parque Estadual da Serra do Intendente e visitar as cachoeiras da região; por fim, retornar à Lapinha por trilha antiga a partir da Cachoeira do Altar, subindo a Serra do Intendente.

14/04/2019

Travessia Talhado x Serrado

Nas minhas idas e vindas da Bahia, sempre quando passava pelo norte mineiro, um trecho específico da Serra do Espinhaço me encantava: era a Serra Geral, uma porção do Espinhaço nos arredores das cidades Porteirinha, Serranópolis e Rio Pardo.

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Com o tempo tomei conhecimento de uma caminhada praquelas bandas, dentre as várias opções uma se destacava: a travessia entre o Cânion do Talhado e a Cachoeira do Serrado (e vice-versa). Em 2019 essa travessia entrou como prioridade e tive o prazer de concluí-la ainda no começo do ano, na companhia do Paulinho (@ticoticotv).

26/01/2019

Travessia Serra da Lagoa Dourada e da Contagem

O extremo sul da Serra do Espinhaço é repleto de trilhas e possibilidades. São muitos caminhos a seguir e muitas conexões que podem ser feitas, de forma a criar as mais diferentes rotas.

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Aproveitando uma carona-resgate combinada com antecedência, embarquei para a região da Serra da Lagoa Dourada em um fim de semana de tempo nebuloso, porém ótimo para andar.