12/09/2017

Travessia Mucugê x Andaraí: Trilha do Garimpo

Os caminhos que serpenteiam a Chapada Diamantina quase sempre estão ligados ao período de exploração do diamante na região, e a minha primeira travessia por aqui não poderia ser diferente. Pela borda leste da Chapada, saí dos arredores de Mucugê, descendo a serra até Andaraí, pela antiga Trilha do Garimpo. No caminho o histórico vilarejo de Igatu e suas ruínas, além de alguns córregos e rios.

Powered by Wikiloc

Era domingo, último dia do feriado da Independência. Devido a alguns problemas hidráulicos na moto, a exploração da região de Ibicoara ficou pra uma outra data. Uma boa opção para o fim do feriado era fazer a travessia de Mucugê a Andaraí, pela Trilha do Garimpo. Estimava coisa de 20km e um chorinho, quase sempre descendo, o que seria moleza.

10/09/2017

Guia da Chapada Diamantina

A Chapada Diamantina é um conjunto de serras localizadas na parte central do estado da Bahia, a cerca de 420km de Salvador. A região é considerada a extensão norte da Serra do Espinhaço, que possui grande extensão no estado de Minas Gerais, mas para os baianos a serra mais famosa é a do Sincorá.




O Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado em 1985, concentra grande parte dos atrativos da região, porém a unidade de conservação não possui qualquer infraestrutura para o visitante, nem mesmo controle de visitação.

01/09/2017

Travessia Altamira x Serra do Cipó

Uma caminhada mais extensa que a tradicional Altamira x São José da Serra, cobrindo toda a extensão da Serra da Lagoa Dourada me passou pela cabeça e não quis ir embora. Depois de percorrer a Serra Fina e a Serra dos Órgãos, era hora de retornar ao Espinhaço para percorrer um de seus mais belos cenários. E assim aconteceu a travessia de Altamira a Serra do Cipó.


Powered by Wikiloc

30/08/2017

Travessia Serra Fina

Serra Fina. Parecia uma jornada ainda distante, já que o plano era percorrer outros caminhos menos tortuosos, antes de encarar essa clássica trilha da Serra da Mantiqueira. Então, como quem não quer nada, levantei a possibilidade de fazer a travessia nas minhas férias, e ela - a oportunidade - se concretizou. No último final de semana de julho embarcamos, Pedro e eu, para as terras altas da Mantiqueira.


Incertezas de última hora sobre quem iria ou não. Na final da manhã de um sábado nebuloso partimos com destino a Itanhandu, onde tínhamos combinado transfer e estadia com uma amiga de faculdade, a Bia. Viagem tranquila pela ótima rodovia Fernão Dias e pelas sinuosas BRs 267 e 354, chegamos a Itanhandu no final da tarde, com tempo aberto na região da Mantiqueira.

Powered by Wikiloc

PN Serra dos Órgãos: Travessia Petrópolis x Teresópolis

Depois de muita espera, com direito a uma tentativa frustrada, finalmente tive condições de fazer a tradicional Petrô-Terê, a travessia da Serra dos Órgãos. Época escolhida foi o mês de agosto, tido como um dos melhores para fazer essa (e qualquer outra) travessia. Como as vagas são concorridas neste período de inverno, principalmente aos sábados, optei por inicar a travessia no domingo, fazendo o roteiro clássico de 3 dias.


Powered by Wikiloc
Numa manhã de sábado parti de BH rumo a Teresópolis, optei por ir de moto e deixá-la no ponto final. Já tinha toda a logística na cabeça - e escrita num papel por via das dúvidas. rs (mais detalhes sobre a logística no fim da postagem). Depois de pernoitar no Abrigo de Montanha do Dani, que fica bem próximo a portaria de Petrópolis, iniciei a travessia numa manhã de domingo com céu limpo e Sol forte.

05/07/2017

Travessia Serra do Lobo: Mata Grande x Cabeça de Boi

No extremo sul da Serra do Espinhaço, um pouco separada do conjunto principal, está a Serra do Lobo, no município de Itambé do Mato Dentro. A serra também é o plano de fundo mais chamativo no caminho entre Itambé e o povoado de Santana do Rio Preto, mais conhecido como Cabeça de Boi.

Aproveitando nossa passagem pelo povoado e o tempo favorável, a Giulia e eu decidimos por fazer essa travessia, meio que de última hora. Foram quase 11km de caminhada, quase sempre pelo cume da Serra do Lobo, passando pelos Picos Itambé e Itacolomi.

Powered by Wikiloc


20/06/2017

Santana do Rio Preto - Cabeça de Boi (Itambé do Mato Dentro-MG)

Santana do Rio Preto, mais conhecida como Cabeça de Boi, é mais um daqueles típicos povoados no sopé do Espinhaço. Algumas casinhas, uma igreja ou capela, cachoeiras no entorno, uma vista sensacional e um povo acolhedor. O povoado pertence ao município de Itambé do Mato Dentro, estando a 8km da sede. A ligação é por uma estrada de terra em condições medianas, mas tranquila para qualquer tipo de veículo. Em relação a BH, Cabeça de Boi está a cerca de 125km e há várias formas de acessá-lo (mais informações na guia “como chegar”, no final da postagem).

Devido a costumeira tranquilidade do local, mesmo em feriados prolongados, resolvemos passar o feriado de Corpus Christi por lá para explorar locais menos frequentados e escutar um modão caipira no Boteco do Sô Agostinho (parada mais que obrigatória).

1º dia: BH x Santana do Rio Preto/Cabeça de Boi

A BR-381, saída para o Espírito Santo, tem sua má fama testada e comprovada nos feriados. Traçado sinuoso, movimento intenso de carros, carretas e caminhões, e pista simples! Essa combinação faz com que cada quilômetro rodado seja um sacrifício nos horários de pico. Por conta disso resolvemos sair bem tarde de BH, “perdendo” o dia de feriado. A recompensa foi o trânsito “normal” que pegamos nos 62km que trafegamos pela 381, sem lentidão.

Saímos antes das 15:00 e chegamos a Cabeça de Boi por volta de 17:20, uma viagem que pareceu mais longa que o normal já que estávamos sem som no carro. Estacionamos a viatura um pouco antes do mata-burro, no final da rua principal, ao lado da entrada do único camping do povoado. Saímos em busca do Sr. Laércio, que administra o local e também aluga uma casa para temporada. Acertamos os detalhes e fomos montar a barraca. Em feriados é cobrado 25$ por pessoa, por noite. Em dias normais o valor cai para 20$.

Serra do Lobo encoberta

Mesmo chegando tarde no primeiro dia de feriado, não havia ninguém no camping. O que era bom, já que o local não é muito grande, assim pudemos escolher a melhor área para montar a barraca. O camping possui dois banheiros com água quente, um tanque com duas pias e algumas tomadas espalhadas.

Montado o acampamento, fui apresentar para Giulia o boteco do Sô Agostinho. Local super simples que conta com a presença da figura que é o dono. As comidas/petiscos são as mesmos de sempre: pastel de queijo (no mínimo 4), carne de panela ou linguiça defumada frita; e as cervejas sempre geladas. Numa conversa com Seu Agostinho, enfim, tirei aquela dúvida que pairava na minha cabeça: Santana do Rio Preto ou Cabeça de Boi? Nem a carta do IBGE consegue precisar.

O nome do povoado realmente é Santana do Rio Preto, que também era o nome de uma antiga fazenda da região. Cabeça de Boi é o nome que todo mundo ficou conhecendo, também nome de uma antiga fazenda que ficava no alto da serra. O motivo da mudança de nome Seu Agostinho não soube explicar, já que isso vem antes dele. Ou seja, tanto faz o nome, o fato é que o povoado se popularizou como Cabeça de Boi.

Nosso objetivo principal na primeira noite era ouvir o som da viola do Seu Agostinho e pra isso batalhamos. Só que quando ele ia se preparar pra começar a tocar (ou fazer barulho, como ele mesmo diz), chegava alguém novo no boteco e pedia alguma coisa… rs.

  • Vai tocar hoje?
  • Ah, num toca não… tem uma violinha aí...
  • Vai tocar?
  • Ah, num toco não, faço barulho, né...

"Eu não sei tocar, eu só sei contagiar..."

Depois de vários minutos na expectativa, o som da viola rompeu a quietude do povoado. A primeira foi Calix Bento, pedida por mim, a música que ele estava tocando quando passei por Cabeça de Boi fazendo a Estrada Real. O caipirão comeu solto noite afora e quem estava por lá não pensou duas vezes e parou pra ouvir.

2º dia: Travessia da Serra do Lobo

Com a indicação do Sô Agostinho, na noite anterior procurei o Pedro Henrique, da Pousada Serra do Lobo, que poderia nos levar até o ponto inicial desta pequena travessia. Ficou combinado da gente passar na pousada dele por volta de 8 da manhã, então lá fomos nós.

Lubrininha

Café tomado e mochila preparada, atrasamos um pouco e chegamos na pousada por volta de 8:15, nada mal, já que o tempo estava bem nebuloso, com muita neblina na região. André, filho do Pedro, foi o incumbido de nos levar até o povoado de Mata Grande, a 7km de Cabeça de Boi. A estrada para lá está em condições medianas, trata-se de um aclive muito forte que pode ser complicado para carros de passeio. Gastamos uns 20 minutos para percorrer os 7km e desembarcamos em frente à Escola do povoado às 8:45. Para compensar a viagem, André nos convidou para conhecer a Bitaca, uma espécie de bar/pizzaria/barraquinha que fica bem na entrada de Cabeça de Boi.

Sobre a travessia da Serra do Lobo, farei uma postagem específica dando mais detalhes sobre o trajeto. De uma forma geral, é uma travessia que exige um condicionamento físico razoável, já que as subidas e descidas são constantes. O X da questão nesta travessia é a navegação, já que alguns pontos não possuem trilha e outros estão com o caminho “apagado”, pela falta de uso. Além disso, é preciso “escalaminhar” alguns pontos e o ataque ao Pico Itacolomi pela trilha que vem do sul é complicado, já que a vegetação no trecho escondeu a trilha que de acesso.

Fora a dificuldade na navegação, é uma excelente caminhada, principalmente se o dia estiver aberto. Como o dia amanheceu bem fechado, na primeira metade da rota tivemos o visual comprometido, mas com o passar das horas o tempo abriu e o Sol apareceu, nos presenteando com belos cenários.

São 10,9km de caminhada atravessando a Serra do Lobo, passando pelo Pico Itambé, um pico intermediário sem nome e o Pico Itacolomi. As fontes de água pelo caminho são bem mirradas, então é preciso levar quantidade suficiente para o dia. A trilha termina na estrada entre Itambé e Cabeça de Boi, quase que no meio do caminho. Chegamos por lá às 15:01, depois de 6 horas e 16 minutos de caminhada. Como não combinamos resgate, fomos caminhando de volta para o povoado e conseguimos carona no caminho, com a filha do Sô Agostinho. Nota-se que as caronas devem ser mais fáceis de conseguir em feriados ou em finais de semana. Do ponto final, são cerca de 4,5km até Cabeça de Boi e aproximadamente 5,2km até Itambé.

Serra do Lobo

Chegamos ao povoado 17:37 e fomos direto para o boteco molhar a palavra e comer uns pasteis. Mais tarde, depois do banho, fomos a Bitaca comer pizza, mas por conta de um contratempo que ocorreu durante a semana ficou só na vontade, pra próxima. Fizemos a janta no camping e fomos pra balada, que é sempre no boteco do Seu Agostinho. Desta vez a viola estava descansando, o que rolava era um dueto, o que a Giulia qualificou como sarau, embalando uma noite gelada de outono.

3º dia: Cachoeira dos Macacos e Entancado

O dia amanheceu com céu claro e o Sol brilhando bem de frente pra nossa barraca, espantando o frio da madrugada. Como faríamos somente uma caminhada leve até as cachoeiras do complexo do Entancado, enrolamos um pouco para levantar e tomar café. Enrolamos até um pouco mais, já que o céu aberto deu lugar a várias nuvens.

Depois de arrumar nossas tralhas e a mochila, aproveitamos o retorno do Sol para uma ida ao complexo de cachoeiras que fica a 7km do povoado. Grande parte do trajeto é feita por uma estrada de terra em condições medianas, encurtando o trecho efetivamente caminhado para algo em torno de 1km, a depender da cachoeira escolhida. Em condições normais, qualquer veículo consegue chegar ao início da trilha para as cachoeiras, mas é bom alertar futuros visitantes que há uma travessia de rio bem na saída do povoado. Os motoristas podem ficar um pouco receosos ao chegar na travessia, mas o Córrego Cabeça de Boi é raso e com o leito todo calçado por pedras arredondadas, facilitando a passagem.

Há outras passagens por água no decorrer da rota, mas se você chegou até lá, certamente não terá problemas. Saímos do povoado às 10:34 e depois de 4,9km e 14 minutos chegamos ao ponto onde é feita a cobrança. Pagamos a taxa de 10$ por pessoa e seguimos por mais 1,1km até o ponto de estacionamento para carros. Havia somente um veículo estacionado por lá, coisa boa, então paramos numa das poucas sombras que havia no local.

As porteiras de acesso ao Lajeado e às cachoeiras estão trancadas, mas há uma passagem lateral que pode ser atravessada por bicicletas, cavalos e motos, adiantando um pouco do caminho. Pra gente o jeito foi seguir a pé. Cerca de 250 metros após o estacionamento chegamos ao Rio Preto do Itambé. A trilha para a Cachoeira dos Macacos é, em parte, a mesma da Maçãs, que começa na outra margem do rio. Como o ponto em que o Rio Preto do Itambé e o Córrego do Riacho se encontram é um pouco largo, não dando chance pra cruzarmos sem tirar as botas, decidimos atravessar no ponto em que chegamos ao rio. Tomamos uma trilha à direita do descampado, que se embrenha por uma mata ciliar e vai em direção a uns blocos de rocha que avançam sobre o rio. Em um desses blocos havia um tronco médio apoiado, uma pinguela improviasa. Era nossa deixa. Com a ajuda de uma vara e torcendo para o tronco não rachar no meio, conseguimos atravessar sem nos molhar.

Macacos

Seguimos pela margem esquerda do Rio Preto por pouco tempo, alguns passos depois já estávamos no encontro do Córrego do Riacho. Neste ponto continuamos pela trilha batida que dá acesso à cachoeira das Maçãs, subindo um morro sombreado pela mata ciliar. Ignoramos a primeira saída à esquerda, que é um atalho para o Entancado,  e a segunda também. Quando nos aproximamos de uma placa indicando que o caminho para a Maçãs é à direita, continuamos subindo pela trilha da esquerda.

A subida tem alguns pontos mais inclinados, mas é tranquila. Quando o relevo quase estabiliza uma uma bifurcação aparece, com uma trilha descendo em direção ao córrego. O barulho de água era forte, o que indicava uma queda d’água. Descemos na expectativa, mas só encontramos algumas quedinhas do Córrego do Riacho, acima da Cachoeira das Maçãs. Decidimos retornar à trilha principal, já que o GPS indicava que a cachoeira estava a uns 350 metros de distância dali. Subimos mais um pouco pela trilha principal e percebi um trilho discreto que saía à direita. Descemos um pouco por ele e tivemos o visual da Cachoeira dos Macacos, mas a alegria durou pouco, o rastro de trilha desaparecia e o desnível até o rio indicava que o caminho não seria por ali. Mais uma vez retornamos ao trilho principal e continuamos subindo. Alguma centena de metros depois percebemos que a trilha estava se afastando da cachoeira, além de parece pouco utilizada. Então decidimos retornar ao ponto de acesso ao Córrego do Riacho e subir o rio pelo leito.

Ao longo do leito do Córrego do Riacho há muitas rochas amontoadas nas margens e diversos lajeados por onde a água escorre, o que facilita a caminhada por lá. Fomos avançando pelo leito sem molhar os pés até o ponto em que um pequeno poço surge. Do lado direito uma parece, do esquerdo a mata ciliar bem fechada. Como o poço era raso e com leito regular, tiramos a bota e continuamos o restante a pé. Não tivemos dificuldade para cruzar o pequeno poço nem para terminar o aquatrekking.

São cerca de 480 metros pelo leito do córrego até a Cachoeira dos Macacos, esta parte do trajeto é feita sem dificuldades em cerca de 12 minutos. A cachoeira fica no fundo de um pequeno cânion, local belíssimo. Os poços próximos a queda são pequenos e rasos. Mais pra baixo, próximo a curva do rio, há um poço médio com boa profundidade, ótimo para o banho. Como o local se assemelha a um cânion, a luz do Sol não costuma ser abundante. O ideal é estar por lá próximo ao meio-dia, mais ou menos o horário que chegamos. A caminhada até a Cachoeira dos Macacos tem cerca de 2km de extensão.

Não havia ninguém por lá, como o esperado. Depois de aproveitar um pouco das águas geladas, decidimos retornar para um banho final no Entancado. Na volta cruzamos com um grupo de 4 pessoas que estava finalizando a parte de aquatrekking. Na descida para o Entancado, cruzamos umas 15 pessoas ou mais que estavam indo em direção à Maçãs. Sorte nossa, já que quando chegamos ao Entancado não havia quase ninguém por lá.

O Entancado é um poço de tamanho pequeno-médio, com profundidade variada, mas com várias partes que dão pé. A queda é forte, tornando difícil e perigosa a tarefa de se aproximar da cachoeira. Também é possível subir a parte seca da cachoeira para conhecer o topo da queda, um remanso do Rio Preto do Itambé. O local é bem aberto então bate Sol em boa parte do dia.

Entancado

Depois de um bom banho de cachoeira, resolvemos encerrar nossa passagem por Cabeça de Boi. Saindo um dia antes evitaríamos aquele trânsito pesado da volta do feriadão. De volta ao camping almoçamos e arrumamos nossas coisas. Nossa última tarefa seria decidir se passaríamos ou não em Serra dos Alves, onde aconteceria uma festa junina; mas como a festa só começava às 19h, optamos por retornar direto pra BH. Pra compensar nossa escolha de retornar direto, que não foi fácil, agendamos nosso retorno a Cabeça de Boi pro próximo mês, pra acompanhar a festa julhina do povoado. Anarriê!

COMO CHEGAR:

De carro, tendo como ponto de partida, o viajante possui três opções “rápidas” para chegar a Santana do Rio Preto/Cabeça de Boi. O caminho mais curto, com cerca de 120km, é também o mais belo e com maior trecho de terra. Ele sai de BH pela BR-381 e segue por ela até a entrada para Bom Jesus do Amparo, de lá continua pela Estrada Real até o distrito de Senhora do Carmo (15km de terra + asfalto), de onde pega uma estrada de terra que passa pelo povoado de Mata Grande. É o trecho mais bonito pelo visual que se tem chegando ao povoado, uma estrada entre a Serra do Espinhaço e a Serra do Lobo. Este trecho possui sinalização razoável e a estrada entre Mata Grande e Cabeça de Boi está em condições medianas. A volta por este caminho é mais difícil para carros de passeio. Esta primeira opção é recomendada para quem gosta de dirigir por estradas de terra.

A segunda opção é um pouco mais longa que a primeira, cerca de 9km, e pega um pouco menos de terra, mas também conta com um belo visual. O trajeto é o mesmo que o primeiro até o distrito de Senhora do Carmo, de lá o viajante continua pela Estrada Real até Itambé do Mato Dentro, o trecho está asfaltado. De Itambém a Cabeça de Boi são cerca de 9km por uma estrada de terra em condições medianas e muito sinuosa, com aclives e declives acentuados.

A terceira opção preza pelo asfalto, mas o caminho fica bem mais longo, com cerca de 165km. Para pegar o mínimo de terra o viajante precisa seguir para Itabira (BR-381 e MG-434), de lá pegar rodovia para o distrito de Senhora do Carmo, deste para Itambé do Mato Dentro e, por fim, os 9km de terra até Cabeça de Boi.

De transporte coletivo, a única opção é pegar os ônibus da Viação Saritur para Itambé do Mato Dentro, que possui poucos horários. Chegando a Itambé, o viajante deve pegar um táxi para Cabeça de Boi, arrumar uma carona ou seguir a pé.

DICAS E INFOS:

Como todos os povoados ao redor do Espinhaço, Santana do Rio Preto/Cabeça de Boi possui sua peculiaridades, respeite a cultura local;

Sinal de celular é uma coisa rara na região, mas o povoado possui orelhão e algumas pousadas possuem internet;

Por conta conta disso, leve dinheiro suficiente para os dias que for passar na região, a não ser que queira visitar as agências bancárias de Itambé. A maioria ou todos estabelecimentos (que não são muitos) não aceitam cartão;

O povoado conta com alguns bares/botecos, um restaurante e outros estabelecimentos menores. As opções para a noite são escassas. Se tiver pensando em passar uns dias por lá, não deixe para comprar mantimentos no povoado. Agora, se você se esqueceu de algo, o Seu Agostinho pode te ajudar;

Somente um camping no povoado: R$20/noite/pessoa em dias normais e R$25 em feriados;

Cabeça de Boi tem mais a oferecer que a Cachoeira do Entancado e a das Maçãs, explore!


E não deixe de passar no bar do Seu Agostinho!

15/05/2017

Estrada Real: Caminho dos Diamantes (Diamantina x Ouro Preto)

Em um abril recheado de feriados, embarquei numa aventura solo pelo Caminho dos Diamantes da Estrada Real, saindo de Diamantina e indo em direção a Ouro Preto. A história deste trecho está ligada com a exploração de diamante e ouro do Brasil Colonial, que avançou pelo sertão mineiro e ganhou as alturas da Serra do Espinhaço.

Powered by Wikiloc

30/04/2017

Estrada Real: Caminho de Sabarabuçu (Cocais x Glaura)

Sabarabuçu é um dos quatro caminhos da Estrada Real, um desvio do Caminho dos Diamantes na altura de Cocais. Segundo o Instituto Estrada Real, a origem do caminho está associada ao fato de, ainda no século XVIII, os viajantes terem se interessado pelo brilho do topo da Serra da Piedade. Imaginando encontrar ouro, abriram caminho pelo vale do Rio das Velhas, mas era só minério (aaaahhh….).


Depois de uma longa estiagem a turma de roias se reuniu, e uma tropa de 12 motos saiu de Cocais com destino a Glaura, num domingo de Sol.


O Caminho de Sabarabuçu talvez seja o menos explorado da Estrada Real. Combina um extenso trecho por estradão ou estrada vicinal de terra e um pequeno, mas implacável, trecho de trilha. Ao contrário da nossa jornada pelo Caminho Velho, desta vez apenas busquei no Wikiloc um trajeto confiável e alimentei o GPS, sem avaliar o caminho disponibilizado pelo IER.

Powered by Wikiloc

27/04/2017

Travessia Lapinha x Inhames

Em 2015 fiz a tradicional travessia Lapinha x Tabuleiro pela primeira vez, desde então as incontáveis rotas pelo sul do Espinhaço pipocavam em minha mente. A ideia era realizar um circuito pela região, integrando travessias locais para facilitar a logística de chegada e partida, além de explorar novos caminhos. Uma das opções mais concretas foi integrar três travessias na região originalmente denominada como Serra do Cipó, segundo o IBGE, passando por três pequenos povoados no sopé da serra: Lapinha, Extrema e Fechados.


A princípio a rota imaginada beirava os 150km, sendo praticamente impossível encaixá-la em algum feriado. Com um pouco de estudo sobre os caminhos da região (salve Google Maps!), foi possível atalhar diversos trechos das travessias que interligam em pares os três povoados. O projeto final ficou com cerca de 75km de extensão, que poderiam ser facilmente percorridos em 5 dias, num feriado como o Carnaval, por exemplo. Nossa base seria o povoado de Lapinha da Serra, o mais próximo de Belo Horizonte.


No Carnaval de 2017, em um grupo de 6 pessoas, fomos concretizar o projeto, nomeado como Circuito Espinhaço. Quase deu certo. Na parte final tivemos uma indisposição com o dono de uma fazenda no alto dos Inhames. Não conseguimos passar, então o que era circuito virou a travessia Lapinha x Inhames, via Extrema, a qual dou maiores detalhes a seguir:

Powered by Wikiloc

16/02/2017

PN Serra do Cipó: Cachoeira Braúnas 2.0

Um dos tesouros da Serra do Cipó, a cachoeira Braúnas é considerada por alguns um mito da região. A verdade é que seu acesso nem é tão complicado assim, prova disso é que fizemos um bate-volta até ela, começando a pernada nos arredores do povoado de Altamira (Nova União-MG), em uma localidade conhecida como Mutuca de Cima.


Braúnas está inserida no Parque Nacional Serra do Cipó, fica na porção sul da unidade de conservação, a uns 4km acima do famoso Cânion Bandeirinhas. Ela é formada pelas águas do Córrego Mutuca e da Garça, que se encontram em uma região próxima ao topo da queda. Tanto a cachoeira como o poço devem ser um dos maiores, se não for o maior, do Parque Nacional.

Powered by Wikiloc

09/01/2017

Estradal Real: Caminho Velho (Ouro Preto x Paraty)


O fato do Natal e do Ano Novo caírem durante a semana acabou com diversos sonhos de viagem de fim de ano por aí. A princípio tínhamos uma semana de folga antes do Natal, então pensamos em fazer a Estrada Real por completo, de Diamantina a Paraty. Era um tempo curto, mas suficiente. Cogitamos até a travessia do Vale do Pati na Chapada Diamantina. Com a proximidade do Natal veio a confirmação: nada de uma semana, apenas dois dias úteis. Então ajustamos nossos roteiros e optamos pelo Caminho Velho da Estrada Real, de Ouro Preto a Paraty. E assim foi.

Powered by Wikiloc

1º dia: Ouro Preto x Tiradentes - 243km

Para variar saímos mais tarde que o esperado. Depois de checar óleo e água da viatura, deixamos BH por volta de 8:40. Até Ouro Preto a viagem foi bem tranquila, com uma estrada quase sem movimento. Depois de uma semana de fortes chuvas em toda Minas Gerais, aquele final de semana começava meio nublado, meio com o Sol. Queríamos dificuldade no caminho, então se a chuva continuasse nem seria má ideia (desde que acabasse antes da nossa chegada ao litoral, é claro).


As  10:10 chegamos ao Centro de Atendimento ao Turista de Ouro Preto, bem na entrada da cidade. Lá é o local que fica o marco inicial (ou final) do Caminho Velho. Paramos pra alguns registros e conheci um pouco do CAT, que pode dar muitas informações praqueles que pretendem gastar um tempo em Ouro Preto. Como o nosso era corrido, rapidamente demos meia volta e partimos em direção a São Bartolomeu.

Depois de alguns minutos pelo asfalto, entramos à direita no trevo para São Bartolomeu, onde se inicia o trecho de terra. Devido as chuvas a estrada estava bem prejudicada, com diversas valas e erosões criadas pela água da chuva. O trecho inicial é um aclive até quase o topo da Serra do Chafariz. No fim da subida há um marco à esquerda, mas pela trilha só é possível seguir a pé, a cavalo, de bike ou moto. Então continuamos pela estradinha até o distrito de São Bartolomeu, lugarzinho bem aconchegante no vale do Rio das Velhas, onde chegamos as 11:58.

De passagem seguimos direto para Glaura, agora a estrada acompanhava o serpentear do Rio das Velhas. Quando chegamos próximo ao asfalto, o totem indicava que devíamos seguir por outra estrada à direita. O estradão deu vez a uma estradinha de fazenda, mais estreita e mais úmida. Ia ficando mais interessante até que outro totem apareceu, indicando que o caminho descia uma estreita trilha em direção a um córrego (afluente do das Velhas). Acredito que esta passagem seja o tão falado “suvaco da Glaura”, passagem só de moto (penando e com ajuda), a pé, cavalo ou bike. Como o GPS não indicava nenhuma trilha para interceptar a Estrada Real em um outro ponto adiante, o negócio foi seguir a estradinha até interceptar um estradão com destino a Glaura. E foi neste ponto, bem no início da jornada, que encontramos as únicas viaturas que trafegavam pelos trechos mais isolados da Estrada Real, dois Jimny’s. Sempre que cruzamos outros veículos foram nos trechos “urbanos” ou asfaltados.


Glaura é outro daqueles lugares aconchegantes de Minas, chegamos por lá 11:44. Desta vez não resistimos e gastamos um tempo nos arredores da Igreja Matriz de Santo Antônio. Saindo de lá andamos pelo primeiro trecho asfaltado do Caminho Velho (no sentido Ouro Preto x Paraty, é claro), o trecho entre Glaura e Cachoeira do Campo (distrito de Ouro Preto). Gastamos cerca de 10 minutos pra percorrer o trecho, chegando num distrito bem movimentado as margens da Rodovia dos Inconfidentes. Do outro lado da BR-356, o caminho para Santo Antônio do Leite continuava pelo asfalto. Um pouco antes de chegarmos a mais um distrito de Ouro Preto, um totem indicava o caminho por uma rua de calçamento.


Depois de Santo Antônio do Leite começa um trecho de estradão, com paisagens interessantes em alguns pontos. Passamos pelos distritos de Engenheiro Correia e Miguel Burnier (outros de Ouro Preto), que pareciam ser de ocupação recente e não nos impressionou. Enfim deixamos Ouro Preto para trás e nos aproximamos da região de Congonhas, chegando na pequena Lobo Leite no começo da tarde, 13:27. Este é um trecho interessante da Estrada Real, que cruza com alguns trajetos de mountain bike, nos pontos mais úmidos pegamos um pouco de lama, foi onde começamos a sujar o carro.

Na periferia de Congonhas o movimento de carros na parte de terra foi intenso. Fomos em direção ao centro da cidade, passando pelo Centro de Atendimento ao Turista e fazendo uma pequena pausa no Santuário de Bom Jesus do Matosinhos, para contemplação das famosas obras de Aleijadinho: Os Doze Profetas. Logo depois saímos em direção a Alto Maranhão e Pequeri, neste ponto a Estrada Real é toda calçada com bloquetes, porém é um trecho com muitos quebra-molas.

Na pequena Pequeri, tínhamos a informação do IER de que o Caminho Velho seguia por dentro de uma fazenda, com passagem difícil para veículos de passeio mas tranquila para 4x4. Subimos em direção a fazenda, mas, logo, demos de cara com a porteira trancada com cadeado. Uma placa avisava que a passagem só era permitida para viajantes a pé, a cavalo ou bike. Voltamos ao pequeno centro de Pequeri e seguimos pelo asfalto, desembarcando na BR-383 e seguindo sentido São Brás do Suaçuí (direita). A rodovia está duplicada até a ponte sobre o Rio Paraopeba, poucos quilômetros após Pequeri. Próximo a ponte há algumas manilhas de concreto posicionadas à direita da estrada, passamos entre elas pra acessar a continuação da Estrada Real.

Uma estreita ponte cruza o barrento Rio Paraopeba, já bem encorpado nesta altura. Seguimos pela estradinha vicinal até o ponto em que um marco indicava a subida por um pasto. Subida bem tranquila para um 4x4, parece que até abriram um caminho melhor mais a frente, pra acesso dos veículos de passeio. Chegando a periferia de São Brás passamos por quatro blocos de apartamento, sendo que dois estavam acabados (aparentemente prontos), mas abandonados. Bateu a curiosidade. Um marco próximo citava Saint-Hilaire, que dizia que “a estrada era horrível” por causa dos mares de morros da região.

Voltamos a BR-383 e passamos rapidamente por São Brás do Suaçuí. Logo após a cidade a rodovia duplica novamente, seguimos até o primeiro retorno, de onde é possível avistar o marco no alto de um barranco, próximo a uma porteira do outro lado da estrada. Este é um dos trechos mais interessantes e foi o mais difícil do primeiro dia. Depois da porteira uma estradinha seguia em direção ao fundo do vale. Pelo aspecto do terreno, parece que tinham passado um trator por lá recentemente para melhoras as condições de acesso. Lembrando que, neste ponto, o IER recomenda um desvio para os que estão em veículo de passeio. Fomos descendo até que chegamos em um descampado, onde a estrada terminada. Deixamos de notar uma passagem estreita um pouco atrás de nós, mas facilmente achamos. É uma descidinha bem estreita que termina nas margens de um córrego pouco volumoso, mas rodeado por um terreno bem úmido e mole.

Na primeira tentativa fui de 4H e o carro não subiu o pequeno degrau da outra margem do rio. O barro cedia e as rodas começam a patinar, já que os pneus eram AT e a viatura não tem bloqueio. Dei ré, engatei a reduzida e tentei por umas três ou quatro vezes consecutivas, o carro não subida de jeito nenhum. Mais uma ré e resolvi descer do carro e pegar a pá pra dar um trato no terreno. A Giu achou que não tinha necessidade, então resolveu tentar. Mais três ou quatro tentativas, em que ela deu uma verdadeira terraplanada na margem do córrego com o parachoque da viatura (rs). Depois de observar bem do lado de fora fui tentar mais uma vez. Dei uma distância considerável pra margem e arranquei de 2ª reduzida, acelerando forte. A viatura deu uma boa sacudida, mas venceu o primeiro obstáculo da jornada. Depois de uma ligeira subida um pouco escorregadia, cruzamos a ferrovia e a estrada voltou ao normal.

Depois de Ponte Pequena, um distrito de São Brás, passamos por pastos extremamente verdes e fomos margeando o sinuoso Rio Paraopeba até a cidade de Entre Rios de Minas. A cidade ganhou esse nome por ter se desenvolvido no espaço entre dois rios, o Brumado e o Camapuã. Cruzamos Entre Rios e saímos, novamente, na BR-383, por onde seguimos mais alguns quilômetros pelo asfalto até deixá-lo em favor de uma estrada de terra com destino a Serra do Camapuã. A estrada neste ponto estava em boas condições e não nos reservou nenhuma surpresa até o fim do dia. As 17:13 passamos por Camapuã e 17:30 por Casa Grande, onde rumamos de volta pra BR-383, que reencontramos um pouco antes de Lagoa Dourada.

Chegamos a Lagoa Dourada, terra do rocambole, as 18:21 e a Giu assumiu o comando da viatura. Nossa expectativa antes de começar a jornada era dormir em Carrancas, de preferência chegando com tempo suficiente pra curtir uma cachu no primeiro dia. A essa altura nossa expectativa não passava de um sonho distante, já que faltava mais de 130km até Carrancas. Como tínhamos cerca de uma hora e meia de claridade, íamos continuar até escurecer e parar pra dormir na próxima cidade. São João Del Rei parecia nosso provável destino.


Saindo de Lagoa Dourada, sem provar do rocambole, seguimos pela BR-383 (sempre ela!). Após um trecho sinuoso em declive, ignoramos o marco do Caminho Velho que indicava uma saída à esquerda. Bom, neste ponto o Instituto Estrada Real sugere que carros continuem pelo asfalto por mais alguns quilômetros até a estrada de acesso a Prados. Como, pelo Google Maps, não visualizei nenhum resquício de estrada no trajeto original do Caminho Velho, resolvi acatar parcialmente a instrução do IER. Só que ao invés de seguir direto por asfalto, entramos na primeira estrada à esquerda após o marco, logo após a plantação de eucalipto, que é cortada pelo trajeto original. Pelo adiantar da hora a decisão se mostrou acertada, quando reencontramos os marcos da Estrada Real o caminho que vinha do eucaliptal tinha apenas um trilho, ainda que bem batido.

Neste ponto passamos por trechos de fazendas, margeando plantações de tamanho considerável, mas que não conseguimos identificar o que estava sendo plantado. Aproximando-nos de Prados passamos a ter uma vista privilegiada da Serra de São José, uma estreita e curta elevação que me lembrou o Espinhaço. Passamos pela pequenas ruas de Prados as 19:18, quando o por do Sol já se aproximava. Seguimos um pouco pelo asfalto e tomamos a direção de Tiradentes, por um estradão de terra em boas condições. Passamos pelo aconchegante povoado de Bichinho (Prados) e por uma estrada calçada de pedra continuamos até Tiradentes, onde chegamos 20:14 e finalizamos o dia.

O difícil em Tiradentes era conseguir uma pousada com preço justo para, somente, passar a noite. Na nossa primeira investida recebemos um 90$ por pessoa como resposta. A ideia era pagar no máximo 100 reais, mas para o casal. Enquanto pensávamos no que fazer, parece que o universo sorriu para a gente. Andando por Tiradentes encontramos uma prima da Giu, a Juliana, com quem tentávamos falar por telefone. Ela tem uma casa pra alugar por lá, mas que já estava em uso. A influência dela e do namorado seria vital para que a gente conseguisse um local com preço justo pra dormir. No fim das contas a gente acabou dormindo na casa do André, do Descubra Tiradentes, namorado dela que também aluga quartos e oferece passeios pela cidade e entorno.

2º dia: Tiradentes x Passa Quatro - 277km

Saímos cedo de Tiradentes, pois o dia seria longo, a intenção era adiantar o máximo possível, já que queríamos chegar a Paraty no 3º dia, com tempo suficiente pra curtir uma praia. As 7:07 passamos por Santa Cruz de Minas, uma das menores cidades do estado e, dez minutos depois, chegamos a São João Del Rei, onde paramos para tomar um ligeiro café da manhã.

Depois de uns pães de queijo terminamos de cruzar SJDR. Neste trecho até Rio das Mortes, o IER recomenda um desvio pela BR-383/265, já que o trajeto original passa por um dique de uma represa. Embora pelo Google Maps o trecho aparente ter uma estrada/trilha, resolvi não arriscar perder a viagem. O trajeto pelo asfalto não demorou muito e rapidamente estávamos entrando no pequeno distrito, pertencente a São João Del Rei. Após o Rio das Mortes Pequeno, passamos por outro povoado e seguimos por uma estradinha estreita e em condições medianas. Adiante deixamos de lado a estradinha e entramos em um pasto bem encharcado, com diversos buracos, erosões e camaleões.

Neste trecho não tinha mais estrada, eram trilhos de gado que seguiam paralelos em direção a parte baixa do terreno. No final da descida, um pouco antes de interceptar uma estradinha, é preciso ter atenção em um trecho erodido. De volta a estradinha “normal”, fui enganado pelo capim alto e passei sem ver por um buraco. O forte impacto deu fim de curso na suspensão traseira e fez com que o fundo do carro batesse num monte de terra. Aí tivemos a única baixa da jornada, a saia do lado esquerdo da viatura caiu em um golpe só. Claro que não percebemos isso na hora, só depois de cruzar o córrego que tem mais a frente. Aliás, a travessia é bem tranquila, nem se compara com a do dia anterior. Continuamos por um pasto bem molhado e chegamos a uma fazenda, onde reencontramos outra estrada. Mais um pouco de terra e saímos na BR-265, um pouco antes de São Sebastião da Vitória. Para os que desejam evitar esse trecho de pasto entre SJDR e SSV, basta seguir direto pela rodovia.


Depois de S. Sebastião da Vitória pegamos um estradão em boas condições até Caquende (ou cá-aquém-de). Chegamos a represa de Camargos, que também estava com água barrenta, num tom de marrom. A sorte estava ao nosso lado mais uma vez. Chegamos ao arraial e já fomos direto para a margem da represa. Chegando lá, encontramos a balsa, que já estava de saída para Capela do Saco, levando apenas um carro. O auxiliar do balseiro deu o sinal e balsa atracou novamente. Subimos com a viatura e rapidamente cruzamos a represa, onde outrora existia somente o Rio Grande, ligando as terras do lado de cá com as terra do lado de lá. Cá aquém de.

Saindo de Capela do Saco passamos a avistar, cada vez mais próximo, a Serra de Carrancas. Aliás, já avistávamos a serra desde antes de Caquende. Rapidamente chegamos no sopé do paredão e começamos a subida. Em alguns relatos li que somente 4x4 subia, mas este trecho passou longe de ser difícil. A estrada está toda cascalhada e bem firme, nem precisamos mudar a alavanca pra 4H em hora nenhuma. Os campos de altitude e a estrada no alto da serra me fez lembrar a parte alta do Parque Nacional da Serra da Canastra. Era 10:52 quando chegamos em Carrancas, o tempo nublado fez com que desistíssemos de um banho de cachoeira. Ficou pra próxima, pra quanto tirarmos um tempo pra explorar a região.

Seguimos pelo estradão em boas condições até Cruzília, onde chegamos 13:01. Este é um dos trechos mais longos da Estrada Real, com mais de 60km de extensão. Paramos pra almoçar em um restaurante da avenida principal da cidade, uma das poucas coisas abertas por lá (além das sorveterias). Depois de encher o pandu seguimos viagem em direção ao sul de Minas. O trecho Cruzília x Baependi passa por rotas de mountain bike, em um trecho bem estreito encaramos uma descida com diversas erosões e valas. Carro original passa tranquilo, mas é bom ter alguém do lado de fora observando o posicionamento das rodas. Chegando a Baependi reencontramos a BR-383 e o asfalto.

Chegamos ao Circuito das Águas, onde as cidades são conhecidas pelas fontes de água mineral. Entre Caxambu e São Lourenço a Serra da Mantiqueira dá as caras, apresentando aclives e declives mais frequentes e acentuados. Em certo ponto passamos por uma estradinha vicinal, com bastante mato crescendo em volta e algumas subidas com muitas pedras. A bateria do GPS arriou no meio do caminho, mas não tivemos dificuldade para chegar a São Lourenço pelos marcos. A grande questão para quem faz a Estrada Real sem um GPS ou aplicativo são os trechos urbanos, em algumas cidades os marcos desaparecem, o que dificulta o deslocamento. Chengando a São Lourenço paramos no primeiro estabelecimento que vimos e conseguimos comprar as pilhas. Eram 16:17.

No Sul de Minas as cidades ficam mais próximas, então rapidamente passamos também pelas pequenas Pouso Alto, São Sebastião do Rio Verde e Santana do Capivari. Depois de Capivari passamos por regiões granjeiras, com enormes galpões. Ao passarmos por uma delas, próximo a Cachoeira do Coura, seguimos o marco do Caminho Velho e pegamos a estrada da esquerda. Como, aquela altura, já havia chovido bastante na região, o terreno estava bem úmido, com diversos pontos encharcados. A estrada para a cachoeira acompanhava o Ribeirão do Coura e estava bem interessante, piorando mais a cada metro. Passamos por algumas propriedades até que a estrada virou uma trilha, com apenas um rastro sobre o pasto. E aí a estrada acabou do nada.

Olhei no GPS, havia indicação de uma travessia do Ribeirão do Coura, mas nada no mundo real. Víamos a estrada do outro lado do ribeirão, mas nenhuma ligação até lá. Então voltamos pela estrada o último marco que vimos. Ele indicava uma descida bem íngreme e erodida por um pasto, impossível para qualquer veículo (na verdade a volta era mais impossível). No fundo do pasto apenas uma pequena porteira, que não permitia a passagem de veículos. Então fomos até o fim da estrada novamente. Exploramos o local. Próximo a um bambuzal havia uma pequena ponte e, do outro lado do rio, uma espécie de garagem. A ponte era bem estreita, difícil de passar a pé. Provavelmente serve como passagem para o dono da última casa da estrada, que alcançava a região vindo de um outro ponto. Em outro ponto do pasto uma tronqueira, que até permitia a passagem de veículos, mas a outra margem do ribeirão não permitia. O fundo do rio, repleto de rochas, permitia somente passagem de cavalos, talvez motos. Voltamos em direção a granja e resolvemos explorar uma bifurcação da estrada. Encontramos uma ponte em construção e outra já construída, mas que, pelas condições do terreno e pela situação, serviam apenas de acesso a algumas propriedades e não tinham ligação com a Estrada Real.


Voltamos, de vez, para granja. No caminho encontramos dois senhores em um Fusca (o carro que mais vimos pelo caminho), que nos disseram que a passagem pelo Ribeirão do Coura só era possível de moto. É, não tinha jeito. E o mais interessante é que o IER não sinalizava nada no trecho até Itamonte. De volta a granja pegamos a ponte sobre o ribeirão e o asfalto, chegamos a cidade pouco mais de dez minutos depois e já tocamos para Itanhandu.

Como a distância era pequena entre as cidades próximas à divisa com SP, tentamos adiantar nosso fim de tarde. Entre Itamonte e Itanhandu uma longa subida e uma longa descida. Passamos pela aconchegante Itanhandu e seguimos pelo Caminho Velho, que agora vai acompanhando, à distância, o traçado da rodovia MG-158. Depois de passar por Pé de Morro, chegamos a Passa Quatro no começo da noite, as 20:02. Seria nosso ponto de parada, a cidade parecia agradável e estava enfeitada para o Natal. Na primeira pousada fomos recebidos com um 250$/casal. Por indicação da funcionária, procuramos uma hospedaria que seria “mais em conta”. Na hospedaria, que também era uma burgueria, o mais em conta que a dona fazia era 180$. Fora da casinha. Não tínhamos muita opção, já que os outros estabelecimentos da cidade pareciam hoteis de alto padrão. Depois de rodar mais um pouco e não encontrar nada, paramos para conversar com um casal que estava passeando com os cachorros. Disseram-nos que não encontraríamos nada muito abaixo disso, mas que seria mais em conta procurar em outra pousada fora do centro da cidade, então nos indicaram a Ponto Quatro. Seguimos o asfalto da rodovia de volta para Itanhandu até que encontramos as placas indicativas da pousada. Fazer isso durante a noite não foi nada fácil. Depois de alguns minutos chegamos a pousada e conversamos com um responsável. Fechamos em 150$/casal com direito a café da manhã. Caro, mas era o que tinha. A gente pensou nisso como o universo entrando em equilíbrio, já que na noite anterior dormimos na badalada Tiradentes sem gastar nada.

3º dia: Passa Quatro x Paraty - 187km

Dessa vez não saímos tão cedo, já que o café era servido a partir das 7h. Comemos, arrumamos a bagunça dentro do carro e demos partida em direção a Paraty. Por trás de uma fina névoa o Sol se escondia, mesmo assim dava pra perceber que o dia seria de céu aberto. A manhã na região de Passa Quatro estava bem agradável. No centro da cidade passamos por diversas pessoas que caminhavam para o trabalho, afinal, era segunda. Após o bairro de Pinheirinhos cruzamos o rio Passa Quatro e voltamos ao asfalto, por onde seguimos algumas centenas de metros até reencontrar a estrada de terra. Passamos próximo ao lado mineiro do túnel da Mantiqueira e desembocamos, mais uma vez, no asfalto. Mal entramos na rodovia e já estávamos na divisa de Minas com São Paulo. O local é conhecido como Garganta do Embaú, um dos pontos mais baixos para atravessar a Serra da Mantiqueira. Ao lado do restaurante, um mirante nos presenteava com a bela vista do vale do Rio Paraíba do Sul, com a Serra do Mar ao fundo. Até o fim da tarde cruzaríamos todo o vale e a serra, para finalizar nossa jornada.


A caminho original segue por uma trilha, que passa próximo ao lado paulista do túnel da Mantiqueira, mas é intransponível para quem está de carro. O jeito era seguir pelo asfalto da rodovia SP-052 e suas curvas sinuosas. Quando a rodovia fica mais plana e com curvas mais suaves, entramos à direita numa rotatória sem sinalização, um pouco antes da ponte sobre o Rio Passavinte.

A estrada, que era asfaltada e estreita, acompanha o Rio Passavinte até próximo de sua foz, passando por um bairro e diversas propridades. Ignoramos um marco que indica para seguirmos por uma estrada de terra e continuamos pelo asfalto. De acordo com o IER, a ponte que dá acesso a Vila Embaú caiu e não foi reconstruída. Como não tínhamos notícias do contrário, seguimos pelo desvio proposto, entrando à direita na rodovia SP-058 e à esquerda na rotatória que dá acesso a Cachoeira Paulista. Depois de alguns quilômetros entramos à direita numa rotatória, sentido Canas/Lorena. Depois de um longo trecho asfaltado entramos numa estrada de terra à direita, que passa bem próximo a margem esquerda do Rio Paraíba do Sul. Cruzamos Guaratinguetá, uma das maiores cidades do Caminho Velho. Daqui até o fim o caminho volta a ter relevo acidentado, com muitas curvas sinuosas. Mesclamos trechos asfaltados da rodovia SP-171 com trechos por estradas vicinais. Depois de Cunha passamos próximos a algumas cachoeiras e enfrentamos o trecho de terra mais acidentado do último dia, mas não fizemos uso da tração 4x4.

Alguns quilômetros antes da divisa de São Paulo com Rio de Janeiro, voltamos ao asfalto, e por ele seguimos até Paraty. A atenção no trecho final tem que ser redobrada, muitos aclives e declives extremamente sinuosos. Para bikers e caminhantes a atenção deve ser elevada a décima potência, já que não há acostamento no trecho, somente algumas baias de emergência.


A divisa entre SP e RJ é o ponto mais alto do Caminho Velho, um pouco antes dela temos a estrada que leva a Pedra Marcela, um ótimo mirante para o litoral que não tivemos a oportunidade de conhecer. Já em território carioca a estrada permanece sinuosa, mas em melhores condições. O trecho inicial está inserido ao Parque Nacional da Serra da Bocaina e é todo calçado com bloquetes, com acostamento e cercas de proteção (para os animais) em vários trechos. Logo no início há um ponto de parada para um pequeno mirante,com vista para a baía de Paraty. A rodovia RJ-165 tem acesso restrito, devido as características do local o trânsito de veículos é impedido no período noturno, embora não tenhamos encontrado nenhum posto de fiscalização ou algo do tipo.

O trecho final da rodovia está em piores condições, o asfalto possui alguns buracos e a rodovia é bem estreita em alguns pontos. Depois de descer mais de 1.000 metros (em uma linha vertical) começam as casas e pousadas da região de Ponte Branca. Como já era mais de meio-dia resolvemos parar num dos primeiros restaurantes que apareceu. A comida não era das mais caras, mas não estávamos acostumados com um copo de suco a 8$, ainda que bem servido.

Cruzamos a BR-116 e fomos avançando rumo ao centro de Paraty, finalizando uma longa, cansativa e divertida jornada que começou em Ouro Preto. Tivemos uma péssima impressão do centro da cidade, já que a cidade estava bem movimentada e tudo era uma bagunça só. Paramos no marco inicial rapidamente, só pra tirar uma foto de recordação. Desanimamos de fazer qualquer coisa por ali e tocamos direto para Trindade, uma espécie de bairro de Paraty, a 24km do centro.


Bônus: Trindade (Piscina Natural do Caixa d’Aço e Praia do Meio)
Disponível no Wikiloc.

Depois de finalizar o Caminho Velho da Estrada Real, a ideia era achar um lugar tranquilo para aproveitar ao menos um pouco do litoral. Decidimos por Trindade, um bairro distante. Na nossa parada no mirante do Parque Nacional da Serra da Bocaina encontramos um casal paulista, deram-nos ótimas referências de diversas praias, menos de Trindade. Fomos pra lá mesmo assim.

Depois de andar um bocado pela BR-116, entramos à esquerda no trevo para Paraty/Laranjeiras. A estrada que liga esses bairros a rodovia é bem estreita e sinuosa. Como a região estava movimentada, o fluxo de veículos era intenso. Até a bifurcação Laranjeiras/Trindade é só subida, o restante é descida. Depois de muitas curvas chegamos no nosso destino e já fomos em busca de um camping. Ficamos no Guaiamun, no fim da cidade, próximo ao acesso a Praia dos Ranchos, do Meio e Caixa d’Aço. Não era dos mais baratos, mas como estava vazio e tinha uma boa infraestrutura, resolvemos ficar por lá. A diária ficava em 40$ por pessoa, com um acréscimo de 10$ se saíssemos após o meio-dia. Não cobravam estacionamento, ao contrário de outros campings que cobravam pela diária e pelo carro.


Nem tiramos nada do carro, só arrumamos a mochila de ataque e partimos pra praia. A dos Ranchos estava com muitos carros e muita gente. Farofa total. Cruzamos um córrego na faixa da areia, tive o  cuidado de ir pelas pedras já que um dos afluentes dele recebe esgoto das casas de Trindade. Iniciamos uma pequena trilha que subia e descida um morro, em um trecho fechado de mata atlântica. Rapidinho estávamos na Praia do Meio, bem menos movimentada que a anterior. Seguimos pelo “tapete branco” até o fim da praia, onde entramos em outra trilha pela mata atlântica. Essas trilhas são bem batidas e possuem uma infraestrutura básica de corrimãos e apoios, bem tranquila para qualquer pessoa.

A segunda trilha desemboca na piscina natural do Caixa d’Aço, uma parte da praia protegida por imensos blocos rochosos. O local estava bem cheio e a água um ligeiramente turva, acredito que pela quantidade de pessoas. Um dos barqueiros (uma das formas de chegar até lá é de barco) disse que o local estava vazio (!!!). E era capaz dele ter razão, já que durante a trilha cruzamos com diversos grupos voltando.

Deixamos nossas coisas sobre um dos blocos e aproveitamos o fim da tarde no local, que ia ficando cada vez mais vazio. A piscina natural é rasa em boa parte de sua área central, com cerca de 1,2m de profundidade. Foram 38 minutos de caminhada para percorrer os 2,26km que separam o bairro de Trindade do Caixa d’Aço, numa caminhada de nível fácil. A piscina está inserida no Parque Nacional da Serra da Bocaina, mas não há qualquer tipo de controle de entrada ou cobrança de ingresso.

Durante a noite, depois de tirarmos o sal do corpo, depois uma volta pelo centro de Trindade, onde há muitas opções para comer e beber. No dia seguinte, como só tínhamos a parte da manhã, fomos direto para a Praia do Meio dar um mergulho. O mar estava limpo e a praia bem vazia, condições ideiais para visitar a piscina natural do Caixa d’Aço. Uma outra opção para quem está em Trindade e quer fugir da farofada é a Praia Brava, com acesso através de uma trilha que fica à margem da estrada Trindade-Laranjeiras (há um estacionamento para veículos no local e também ponto de ônibus).


Depois de três dias de muito offroad, pegamos o asfalto de volta a BH, pelo chão preto foram 630km até em casa. Subimos até Guaratinguetá, pegamos a Via Dutra até Cruzeiro e nos embrenhamos pelos mares de morros do Sul de Minas até encontrar a Fernão Dias na altura de Campanha.

DICAS E INFOS:
De Ouro Preto a Paraty, foram 707km pela Estrada Real, com direito a muita terra, curvas, aclives e declives, mas com poucos pontos realmente críticos para viaturas 4x4. Talvez se estivesse chovendo direto durante o caminho o desafio fosse maior, principalmente nos trechos pouco frequentados por carros normais. Para as condições que a gente enfrentou, considero que o Caminho Velho possui dificuldade técnica moderada, somente alguns trechos exigem alguma experiência offroad do motorista, o resto é contemplando a estrada.

Fazer em uma viatura é tranquilo, embora saibamos da dificuldade que seria se a viatura quebrasse em regiões remotas. Aliás, nada é muito remoto nessa rota, sempre estamos passando por cidades, vilas e povoados. Quase todas (só pra não afirmar que todas) ocupações humanas possuem infraestutura suficiente para o viajante, como local para comer, hospedagem e telefonia. Salve o tracklog e vá!

Atenção para o horário de funcionamento da balsa entre Caquende e Capela do Saco; evite dirigir durante a noite e leia quantos totens puder (embora alguns não informem nada além do óbvio).

Fizemos em um Suzuki Grand Vitara 2002, a única coisa que não é original no veículo são os pneus A/T. Acredito que andamos numa média de 30km/h nos trechos de terra. O tanque tem 55L e a viatura tem uma média de consumo por volta dos 10km/L. Saímos com o tanque cheio de BH, abastecemos em São João Del Rei na manhã do segundo dia, em Guaratinguetá na manhã do terceiro dia e novamente em Guaratinguetá na volta. Gastamos cerca de 560$ de gasolina, ida e volta. Combustível barato em São Paulo, principalmente em Guara e em alguns postos da Via Dutra.

Que venham os próximos Caminhos!