13/08/2018

Travessia Capão x Lençois (via Fumaça por baixo)

São vários os caminhos que ligam Capão a Lençois, proporcionando diversos roteiros que podem ser montados de diferentes maneiras. Porém, aquele caminho que passa pelo fundo do vale do Rio Capivara é um dos mais clássicos da Chapada Diamantina, pois permite ao montanhista visitar o poço daquela que é considerada a 2ª maior cachoeira do Brasil: Fumaça.

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Adaptando o roteiro aos dois dias que tinha disponíveis, embarquei junto com André para o Capão, em um final de semana nebuloso de maio.

1º dia: Capão x Toca do Macaco

Na noite anterior, por questão de ocasião, tomamos um táxi de Lençois a Palmeiras, que saiu pouco mais caro que o ônibus, aproveitando um motorista que estava retornando pra Seabra. Chegamos no pequeno terminal rodoviário e, alguns minutos depois, o ônibus da viação Rápido Federal apareceu. Como estávamos longe de qualquer feriado ou coisa do tipo, aqueles que desembarcaram ficaram por ali mesmo. Conversa vai, conversa vem, surgiu um rapaz e uma moça que queriam ir para o Capão. Daí apareceu um táxi. As coisas evoluíram e a viagem para o Capão saiu R$40 para cada, um preço um pouco salgado, tendo em vista que a van do dia seguinte custaria R$15 e que, na última vez que fiz essa viagem, paguei R$20 no táxi.

Na pressa de chegar ao Capão embarcamos e cerca de 45 minutos depois chegamos ao vilarejo. Fomos direto para a praça central comer algo, o movimento era bem fraco e a maior parte dos estabelecimentos já estava fechada, afinal, beirava as 22:00. De bucho cheio, fizemos uma peregrinação em busca de um local para dormir, quase todas as pousadas já tinham fechado a recepção e ninguém nos atendia. Por volta da meia-noite tivemos a indicação de um local e fomos lá conferir. A pousada ficava próximo a praça central e a dona estava por lá. Fechamos em R$60 por pessoa a dormida com café da manhã.

Na manhã de sábado levantamos cedo, por volta das 06:30 e começamos os preparativos. O tempo estava bem fechado, mas não chovia naquele momento. Tomamos um café bem reforçado e deixamos o local um pouco mais tarde que o esperado, às 08:41. Antes de subir a ladeira dos Campos passei numa padaria para garantir uns pães pra travessia e às 08:46 deixamos o centro do Capão, partindo rumo à Serra da Larguinha.


Neste momento o tempo alternava entre firme e uma garoa leve, mas nada que diminuísse nosso ânimo. Seguimos por 1.5km pela estradinha de terra até chegar na parte alta do vilarejo, onde tomamos à direita na rua que leva à Associação de Condutores de Visitantes do Vale do Capão, mais conhecida como ACV-VC. Às 09:10, depois de 2km de caminhada desde o centro, fizemos o check-in no livro de visitantes, informando nosso roteiro. André deixou uma pequena contribuição para seus camaradas antes de iniciarmos a subida.

Após a ACV tem início o trecho de trilha, são 1.600 metros de aclive até o topo do Gerais da Fumaça. Com as cargueiras levamos 43 minutos para concluir a subida, neste que é o trecho mais sofrido até a cachoeira. O tempo continuava bem fechado, mas agora uma garoa insistente não nos deixava em paz. O trecho pelo topo da chapada estava bem molhado, com diversas poças pelo caminho. Uma das nascentes do riacho da Fumaça alagou uma pequena baixada, desta forma foi necessário tirar as botas e suspender as calças para passar. Sem muito visual e com muita água pelo caminho, chegamos ao topo da Cachoeira da Fumaça às 10:59, depois de percorrer 7.3km, dentro do nosso horário programado. Tinha esquecido o anorak, então foi bem difícil permanecer por ali, com o vento soprando forte e a água da cachoeira nos molhando como se fosse chuva. Aliás, que cachoeira! Pela primeira vez pegava a Fumaça repleta de água, um espetáculo!

Ficamos 50 minutos por lá, neste tempo alguns grupos foram chegando e se escondendo da garoa numa das pequenas lapas que existem próximo à queda. Depois de quase uma hora de frio e se escondendo da chuva tomamos coragem e iniciamos a descida para o poço. A trilha da fenda, como é conhecida, tem início 300 metros antes de chegar ao mirante, numa bifurcação discreta. O trecho inicial da trilha da fenda é comum ao da trilha que desce pela Serra do Macaco, o caminho tradicional para Lençois.

Voltando cerca de 300 metros, tomamos à esquerda na bifurcação e avançamos por uma trilha discreta, porém bem demarcada, em meio ao gerais. Havia muita água no trecho, principalmente na trilha, o que dificultava um pouco a caminhada, tendo em vista que não pretendia encharcar o pé neste momento.

A trilha avança no rumo sul-sudeste, em ligeiro declive. Vamos adentrando em um pequeno vale, nas cabeceiras do Rio Capivara, que interceptamos com 8.7km de caminhada. Cruzamos o rio e, logo depois, descruzamos, seguindo por uma trilha bem demarcada pela margem esquerda. A trilha vai acompanhando o sentido do rio, porém se afastando lentamente dele. Em um trecho com vegetação um pouco mais alta, deixamos a trilha mais consolidada em favor de um caminho discreto que seguia entre as árvores rumo a um vão na serra. Trata-se do início da fenda, que iniciamos às 12:44, após uma pequena pausa para lanche.

Depois passar por um trecho com vegetação mais alta, a trilha ganha as encostas da serra, por onde segue aproveitando as curvas de nível. Embora seja de fácil identificação e navegação, a trilha é bastante irregular, e a todo instante estamos passando por pedras e pequenos degraus, subindo e descendo trechos curtos.


Após 10.3km, às 13:14 chegamos a um ponto onde a trilha pode se tornar um pouco confusa. Depois de descer um pouco, chegamos em uma parte da serra aparentemente sem saída, rodeada por fendas. Neste trecho a trilha desce de patamar pela esquerda e vai em direção a uma fenda, um vão sob as rochas da serra. É preciso descer por esse vão, num trecho que possui degraus grandes e curtos, tornando a descida bem íngreme. Em alguns degraus, com mais de 1 metro de altura, foi preciso tirar a cargueira para descer com mais segurança. Uma corda fixa auxilia quem passa no trecho e é de fundamental importância. Depois de vencer os degraus a trilha segue descendo uma encosta, mas perde um pouco o rastro. Neste ponto basta descer beirando a serra que está à esquerda, fazendo uma espécie de espiral.

Vencido o declive acentuado, a trilha retorna às curvas de nível da encosta da serra e segue no rumo norte, em alguns pontos já é possível observar o fundo do cânion por onde passa o Riacho da Fumaça. Antes de iniciar a última descida que leva ao poço da Fumaça, é preciso enfrentar um forte aclive em um pequeno vão entre as serras. A partir daí começa uma longa descida, um trecho que pode ser considerado um dos mais difíceis da rota.

A descida final é bem irregular, com vários degraus e passagens escorregadios, ainda mais sob chuva. Em um ponto uma corda bem fina auxilia a descida, tendo em vista que os degraus são altos e curtos. Mais ou menos na metade da descida já foi possível visualizar a Cachoeira da Fumaça de perfil, mas somente por alguns instantes. Rapidamente a neblina tomou conta das proximidades da queda e não foi possível observar muita coisa.

A medida que vamos descendo a trilha vai ficando mais confusa, por vezes confundimos as drenagens com a continuação do caminho e é aí que mora o perigo, pois rapidamente a descida fica muito acentuada e as rochas escorregam. A trilha vai ficando cada vez mais discreta e difícil de seguir. Já próximo do final da descida perdemos o rastro por completo. Como não achávamos a continuação, resolvemos descer em linha reta por um trecho com várias rochas empilhadas, que muito provavelmente se desprenderam da encosta da serra e formaram a última parte da fenda.

No final da descida, já próximo ao riacho, interceptamos a trilha que vem da Serra do Macaco. Seguimos subindo o riacho e colocamos a mochila em uma área mais abrigada da chuva provocada pela queda d’água. Depois de algumas dezenas de metros subindo o leito do rio e pulando pedras, às 15:04 chegamos ao poço daquela que é considerada a segunda cachoeira mais alta do Brasil, depois de percorrer 12.4km.

Ficamos menos de 20 minutos no local, com a chuva provocada pela queda de quase 390 metros mais o frio que fazia, nem cogitamos a possibilidade de entrar no poço. De qualquer forma, só de nos aproximarmos da cachoeira já ficamos completamente molhados. Às 15:18 retornamos à trilha para cumprir os quilômetros finais até a Toca do Macaco, local do nosso bivaque. Da cachoeira até a toca as complicações do trajeto cessam, a trilha segue discreta acompanhando o leito do Riacho da Fumaça, quase sempre pela margem direita. Salvo engano foi preciso cruzar o riacho somente quatro vezes, duas delas já bem próximo da toca. Foram 3.7km do poço da Fumaça até a Toca do Macaco, distância que levamos pouco mais de 1h20 para percorrer.


Chegamos à Toca às 16:59, com o por do sol já se aproximando. Conheci rapidamente a pequena lapa e já me desloquei para o rio para tomar um banho gelado e vestir uma roupa seca. A lapinha é bem interessante, o chão é regular então dá pra acomodar algumas pessoas sem ninguém ficar pelo lado de fora. Como o teto é baixo, em caso de chuva o abrigo é garantido, mas nesse caso é preciso se atentar para eventuais goteiras ou drenagens que desembocam dentro da toca. Depois da janta, estiquei o isolante no chão e aproveitei o ângulo da rocha para ficar numa posição bem confortável, melhor que numa barraca. A noite foi super tranquila, tendo em vista que era uma primeira experiência bivacando em área aberta.

Neste dia caminhamos 16km.

2º dia: Toca do Macaco x Lençois

Como a distância a ser percorrida no segundo dia era menor e a trilha mais tranquila, não nos apressamos para sair. Logo que amanheceu o céu estava aberto e pude observar aquele azul característico, mas com o avançar da manhã as nuvens prevaleceram e o dia seguiu nublado.

Quando finalizava meu desjejum, escuto André gritando meu nome de alguma parte. Ele tinha subido e estava na “laje” da Toca do Macaco, me chamando pra ir lá tirar uma foto rs. Sem muita preocupação subi, ainda de short e chinelo. Em uma das várias teias que existiam pelo caminho, que não tinha uma trilha definida, acabei me enroscando com uma aranha e tomei uma picada na perna. A dor foi um tom acima de uma mordida de formiga, nada demais. A aranha em si não me preocupava, mas confesso que me importei com uma eventual reação alérgica. Na pior das hipóteses o Spot me acompanhava.


Depois de ver o visual da laje da Toca do Macaco, que dava uma boa visão do vale do riacho da Fumaça e seus paredões, descemos e iniciamos os preparativos para o dia final. Às 09:45, um pouco tarde, deixamos à Toca e partimos rio abaixo. Logo na saída cruzamos o riacho da Fumaça, como o rio estava cheio, foi preciso atravessar descalço para não molhar as botas. Do outro lado, no encontro do riacho da Fumaça com o rio Capivara, havia uma boa área de camping bem sombreada, local que aproveitei para calçar as botas e fazer os últimos ajustes na cargueira.

A trilha segue acompanhando o rio Capivara, SEMPRE pela margem esquerda. Como o rio estava cheio, não tivemos dificuldade em localizar a discreta trilha que acompanha sua margem. Na pesquisa sobre essa trilha, via alguns relatos de pessoas que fizeram o trajeto pelo leito do rio, que sem dúvida é mais difícil e muito mais cansativo. Em pelo menos um ponto a trilha merece atenção, num local de altura razoável a trilha a passagem é estreita entre a parede do cânion e o leito do rio.

Seguimos descendo sem muitas dificuldades, já que o tempo seco facilitava nosso avanço. Às 10:51, depois de percorrer 2.1km, chegamos ao topo da cachoeira do rio Capivara. Neste ponto a trilha segue por um lajeado, com pequenos degraus até chegar no nível do rio. Neste ponto deixamos a cargueira e atravessamos o Capivara por onde foi possível, para acessar ao poço da queda. O rio estava bem cheio e as águas do poço estavam bem turbulentas. O sol deu as caras em alguns momentos, mas preferimos seguir adiante.

A trilha segue acompanhando o leito do rio Capivara pela margem esquerda, cerca de 350 metros após o poço tomamos à esquerda numa bifurcação e começamos a subir a serra em direção à cachoeira do Palmital. A subida é bem íngreme em alguns pontos, com vários degraus e trechos cascalhados que a tornam bem lenta, ainda mais com uma cargueira nas costas. A medida que subimos vamos nos aproximando do córrego do Palmital, que apresenta diversas quedas neste trecho, algumas de fácil acesso.

Após uma forte subida, o relevo vai estabilizando e chegamos a um local bem sombreado, perto do córrego, que serve como área de acampamento. Continuamos avançando pela esquerda do rio, por uma trilha consolidada em meio à mata ciliar. Adiante cruzamos o córrego sem dificuldades e chegamos ao poço da cachoeira do Palmital às 11:43, depois de percorrer 3.4km.

Aproveitamos o local agradável, com muita sombra e água fresca para almoçar (a.k.a. lanche reforçado) e tomar um banho de rio. A cachoeira é bem interessante, no período de cheia são duas quedas paralelas, sendo que a da direita é um pouco mais fraca. O poço é bom para banho, mas é preciso se atentar para um longo lajeado que avança até perto da metade do comprimento total. Nada de pular de ponta ou finca sem dar uma checada no local. Próximo à queda existem diversas rochas submersas que servem como apoio. O charme final fica por conta de alguns pássamos que habitam o local. Como eles já devem estar acostumados com as pessoas e seus alimentos, alguns chegam a comer na palma da mão.


Ficamos um bom tempo por lá, entre banhos e refeições. O tempo continuava firme, mas nublado, e a temperatura agradável para um banho de rio. Às 13:47 batemos em retirada com direção a Lençois. Retornamos pela mesma trilha, agora descendo no sentido do córrego. Próximo ao ponto do acampamento, cruzei o córrego por algumas pedras, sem precisar tirar as botas, subi alguns degraus e encontrei a trilha bem consolidada que leva a Lençois.

Este trecho da caminhada alterna relevos estáveis, que aproveitam as curvas de nível da serra, com subidas acentuadas. Na segunda subida, que nos leva ao topo desta porção da serra, topamos com um trio que estava fazendo a travessia no sentido inverno. Detalhe pro guia de chinelo e pros gringos de sapatinho que não parecia nada confortável pra uma trilha tão irregular. Nesta segunda subida tem uma pequena escalaminhada em rocha, que se torna um pouco mais complicada de se fazer com a cargueira, pois a mochila acaba agarrando em uma rocha. Para contornar a situação sem tirar a cargueira, o jeito foi escalar de costas rs. Problema resolvido.

Após alcançar o topo desta zona da serra, temos uma bela visão do vale do rio Capivara, da região da Lagoa Encantada e também do rio Capivari, que estava com sua cachoeira homônima bombando de água! Adiante, num ponto em que deixamos de seguir no sentido leste e passamos a dar uma guinada para o norte, a trilha sobe em direção a um belíssimo mirante, com visual bem mais interessante do que estávamos tendo caminhando pela trilha. Fiquei um bom tempo por lá, André ficou um pouco menos pois estava receoso com o horário.

Na saída do mirante começa um declive que nos leva ao fundo do vale do córrego da Muriçoca, local que costuma ser o paraíso para quem chega da Serra do Veneno. No fundo do vale, quando adentramos na mata galeria, a trilha fica um pouco mais complicada devido às quedas de árvores, galhos e tudo mais. Outro ponto que merece atenção é a saída da trilha após cruzar o córrego, que é um pouco confusa e discreta.

Depois de sair da mata retornamos aos afloramentos rochosos, numa transição mata atlântica-caatinga. A subida da face ocidental da Serra do Veneno é curta, porém bem íngreme, com alguns trechos de escalaminhada. Quando chegamos numa espécie de platô, quase no topo da serra, tomamos à esquerda numa antiga trilha de garimpo. A trilha segue em ligeiro aclive, passa por um ponto da água e logo chega ao topo da Serra do Veneno, local em que o GPS marcou 827 metros de elevação, às 15:19.

A princípio a descida do Veneno é tranquila, a trilha avança em ligeiro declive entre capões de mata e trechos mais abertos, passando também por uma área alagada, possivelmente por tanques que são resquícios do garimpo de diamante na região. Depois de cruzar um lajeado e outro capão de mata, a trilha se aproxima da borda da Serra do Veneno, tendo a sua esquerda o vale do Rio Ribeirão. Neste trecho pela borda é que a Serra do Veneno mostra sua faceta do mal, já que a descida acentuada se dá pelos lajeados da serra, o que força muito os membros inferiores do corpo. São quase dois quilômetros de descida insana. Como a trilha segue pelos lajeados, algumas passagens são confusas e escolhas erradas podem te levar a pontos complicados de transpor, com muitas fendas e vegetação mais cerrada.


Já próximo do fim da descida é preciso tomar uma saída à esquerda, que nos leva diretamente para o leito do Rio Ribeirão, onde chegamos às 16:54, depois de percorrer 10.9km. Como o pôr do sol já se aproximava, não havia ninguém por ali, nem mais embaixo, onde fica o escorregador do Ribeirão do Meio. Como o calor da parte baixa da serra já pegava, aproveitei a travessia do rio para tomar um bom banho e dar uma relaxada. O descanso foi rápido, em menos de 20 minutos já estávamos na trilha novamente.

Depois de interceptar a trilha super consolidada que liga Lençois ao Ribeirão do Meio, seguimos sem dificuldade até o centro de Lençois, onde chegamos às 17:56.

Neste dia caminhamos 14.4km.

DICAS E INFOS:

Esta é uma travessia exigente, com dificuldade técnica entre moderada e alta. Os trechos mais complicados, ao meu ver, são os que estão compreendidos da saída da trilha tradicional pela Serra do Macaco até o poço da cachoeira da Fumaça. Este trecho tem aproximadamente 3km de extensão.

É uma travessia recomendada para quem já possua experiência no montanhismo, inclusive com acampamentos naturais e transporte de cargueiras.

Não há rota de escape no trecho intermediário desta rota. Em caso de emergência ou urgência, o montanhista deve avaliar se é mais vantajoso continuar seguindo para Lençois ou retornar para o Capão. Note que a descida da Serra do Veneno possui sinal telefônico de todas as operadoras.

Há boa disponibilidade de água pelo caminho, uma garrafinha por pessoa é mais que o suficiente. Existem algumas áreas de camping ao longo da rota, mas da forma como essa travessia se propôs, acredito que o ideal seja pernoitar na Toca do Macaco, pois permite que os dois dias possam ser aproveitados com calma.

O ideal é realizar esta travessia com tempo seco, de preferência logo após um período de chuvas na Chapada, desta forma será possível pegar todas as cachoeiras com um bom nível de água. De qualquer forma, demonstramos que é um trajeto relativamente tranquilo de se fazer sob chuva “controlada”, tendo em vista que pegamos somente garoa e chuva fraca no primeiro dia.

COMO CHEGAR:

Como é o normal de uma travessia, as extremidades da trilha estão separadas por uma distância rodoviária razoável. Neste caso, porém, todavia, a logística é relativamente simples.

Se estiver em veículo próprio/alugado, sugiro utilizar Lençois ou Capão como base. Fiz três travessias entre essas localidades e nas três deixei carro ou moto em Lençois, na rua mesmo. Fazendo a trilha no sentido proposto (Capão x Lençois), tome o ônibus da Rápido Federal de Lençois para Palmeiras. O ideal é checar no guichê se o ônibus entre na cidade de Palmeiras, pois em alguns horários ele só passa no trevo, que fica a 6km da cidade. Para quem deseja fazer esta travessia em um final de semana, uma sugestão é tomar o carro que passa por volta das 19:00 em Lençois.

A viagem para Palmeiras leva cerca de 45 minutos e custa pouco mais de R$10. Chegando a Palmeiras, são duas opções: fretar um carro ou tomar uma van. O carro é recomendável quando são pelo menos 4 pessoas, pois os motoristas cobram algo que varia entre R$120 a R$200, normalmente. Esses táxis geralmente ficam no terminal rodoviário de Palmeiras, aguardando a chegada dos ônibus.

Já a van tem horários todos os dias de Palmeiras para o Capão, a primeira sai por volta das 06:00, quando chega um ônibus da Rápido Federal na cidade. A viagem custa R$15 por pessoa (maio/2018) e leva cerca de 45 minutos. Caso opte pela van, lembre-se que não precisa descer até o centro da vila do Capão, basta descer na região dos Campos, no início da trilha para a cachoeira da Fumaça.

Se a ideia for utilizar transporte coletivo a todo momento, a viação Rápido Federal tem ônibus regulares para Palmeiras e saindo de Lençois. A empresa, normalmente, roda no eixo da BR-242, fazendo a ligação da capital Salvador com o extremo oeste baiano (região de Barreiras e Luís Eduardo Magalhães). As cidades-referência na região, para quem vem de outras partes da Bahia ou de outros estados, são Seabra e Itaberaba (a aprox. 55 e 190km de distância do Capão, respectivamente). De avião, a opção é descer no aeroporto de Lençois (voos quintas e domingos operados pela Azul) e o ônibus da Rápido Federal no distrito de Tanquinho, que fica a poucos quilômetros do aeroporto.







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