No sopé do paredão da Serra do Cipó, está o pequeno distrito de Lapinha da Serra, pertencente ao município de Santana do Riacho (não confundir com a região da Lapinha, no município de Lagoa Santa). O vilarejo é muito conhecido por ser o ponto de partida da travessia Lapinha x Tabuleiro, uma das principais do Brasil. Na maior parte do tempo, Lapinha da Serra costuma ser bem tranquila e aconchegante, mas, com a chegada de feriados prolongados as ruas estreitas de terras enchem de carro e os campings lotam de barracas. A farofa costuma rolar solta!
1º: BH x Lapinha da Serra: Pico da Lapinha
1º: BH x Lapinha da Serra: Pico da Lapinha
A ideia era aproveitar o final de semana na Lapinha, para isso saímos de BH numa manhã de sexta. A viagem até lá foi tranquila, chegamos e encontramos um vilarejo bem sossegado. Estávamos em meados de julho. Ficamos próximos a represa, no camping do Breu (ou do Zinho), diária a 15$/pessoa, com direito a banho quente. Justo pela infraestrutura. Minha única recomendação é montar a barraca em local que oferece alguma proteção do vento que desce a serra a partir do por do Sol. É uma ventania absurda, parece impossível uma noite de sono tranquila dentro da barraca. Finque bem os espeques!
Cachoeira da Conversa
Almoçamos numa rua bem estreita, que dá acesso à represa e às cachoeiras próximas à vila. Lá tem algumas opções de bares e restaurantes, comemos em um esteticamente mais simples, mas que oferecia uma bela comida caseira a 15$/pessoa (buffet livre e não PF). Importante lembrar que na data da minha visita (jul/14 e jan/15), a maioria dos estabelecimentos da Lapinha ainda não aceitavam cartão, e não havia local para saque por lá. Somente em Santana do Riacho (e olhe lá!).
Depois do almoço descemos pela rua estreita e chegamos a beira do lago da Lapinha. Passamos por uma ponte de concreto e seguimos em direção a uma cerca, que dá acesso ao complexo de cachoeira do Boqueirão. Na data da minha visita ainda não cobravam o ingresso, mas hoje em dia (2016) toda área está cercada e existem guaritas para cobrança.
Entramos no complexo de pequenas cachoeiras (em altura e vazão) do Boqueirão, pequenas porque estão próximas à nascente. Passamos por alguns poços e continuamos subindo, por trilha bem batida, seguindo os canos de captação de água. Em um platô mais elevado chegamos ao poço da cachoeira da Conversa, se não me engano. O banho é proibido, já que a captação de água para os moradores do vilarejo é feita lá. Depois de contemplar um pouco o local, resolvemos caminhar em direção ao Pico da Lapinha. Tudo assim, sem pensar duas vezes.
Pico da Lapinha
A caminhada até o pico tem aproximadamente 6km de extensão, grande parte subindo (é claro!). Nível moderado, só alguns trechos exigem pouco mais de condicionamento físico. A trilha é batida e conta com alguns totens indicando o caminho e a distância restante, tranquila pra ser feita sem guia, mapa ou GPS. A vista lá do alto é incrível. No momento em que chegamos ainda mais, porque o Sol já se aproximava da linha do horizonte. Não ficamos para o ocaso, já que estávamos sem lanterna e ainda teríamos que descer até a vila. A noite chegou quando estávamos perto dos poços, já próximos da vila. A Giu ainda animou um mergulho na volta.
2º: Boqueirão e Caiaque na Lagoa
Depois de muito vento durante a noite, que sempre parecia chuva, o dia amanheceu com muitas nuvens. O Sol saiu só mais tarde, e a gente também. Nossa primeira parada foi o Boqueirão, novamente, desta vez para banhar. Fomos até um pequeno poço na parte alta e lá ficamos um bocado, até a hora de almoçar.
Almoçamos no mesmo local do dia anterior. Na parte da tarde decidimos fazer um passeio de caiaque pela lagoa da Lapinha. No próprio camping em que estávamos conseguimos alugar nosso material, 20$ por duas horas de passeio. Deu pra navegar bastante, fomos até o final do lago (se é que tem final) e quase chegamos ao lago da represa. O nível estava bem baixo em alguns pontos, então quase encalhamos no trecho estreito entre a lagoa da Lapinha e o lago da usina. Como o por do Sol já se aproximava, tivemos um visual incrível da serra ao fundo.
3º Lapinha da Serra x BH: Conhecendo o Parque Nacional da Serra do Cipó
Depois de outra ventania durante a noite, o dia amanheceu bem fechado, mas desta vez ameaçando uma ligeira garoa. Não animamos muito e decidimos deixar a Lapinha ainda pela manhã. Só que ainda tinha vontade de tomar um banho de cachoeira antes de retornar a BH. Tentamos chegar ao rio Cipó, mas não conseguimos achar uma maneira 0800 de fazer isso. A nossa alternativa era o Parque Nacional da Serra do Cipó.
Serra do Abreu
Era minha primeira vez por lá, não conhecia nada de nada. E imaginar que hoje conheço um bocado de cachoeira naquele lugar! Como a hora já não permitia uma visita a Cachoeira Farofa (muito menos ao Cânion Bandeirinhas), decidimos conhecer o circuito das lagoas. As lagoas não estavam muito convidativas, muito menos o rio, cheio de capivaras. O jeito foi voltar pra BH sem cachoeira, mas com uma ideia em mente: explorar o Parque Nacional.
COMO CHEGAR:
De carro, partindo de Belo Horizonte, siga pela MG-010 sentido Serra do Cipó. Após a ponte estreita sobre o Rio Cipó, entre na primeira rotatória à esquerda, sentido Santana do Riacho. Daqui são mais 27km de asfalto até a sede do município.
Chegando a Santana, siga pela principal da cidade, sempre subindo, até começar a estrada de terra. São mais 13km por uma estrada de terra em condições medianas, com muitas costelas de vaca, trechos estreitos e curvas fechadas, mas tranquila para qualquer tipo de veículo. Há somente uma bifurcação importante no caminho, onde o visitante deve seguir à direita, subindo. Na parte final do trajeto, no fim de uma descida, há uma curva fechada à direita, conhecida como “cotovelo”, contorne ela. Caso siga direto, irá em direção à Bicame e Soberbo.
De ônibus é um pouco mais complicado. Há linha regular até a sede de Santana do Riacho (Viação Saritur). Os 13km finais devem ser feitos a pé, onde há um atalho que corta um bocado da caminhada; ou de carona paga.
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