27/11/2014

São Thomé das Letras-MG


BH x São Tomé das Letras: 365km


Cheguei da Chapada Diamantina já pensando que usaria a pouca grana que restou para fazer mais uma viagem. O destino seria São Tomé das Letras, no Sul de Minas, lugar que já tinha visitado no final de 2013. Desta vez, porém, estava disposto a rodar pela região para conhecer as cachoeiras dos arredores. Posso dizer que o objetivo foi cumprido.

1º: BH x São Tomé das Letras


Cheguei a BH já sabendo que a Giulia tinha combinado com um pessoal da UFMG de passar o fim de semana em São Tomé. Ainda não tinha aprendido totalmente a lição, então não planejei muito esta viagem, fui sem saber o que visitar, onde ficar, comer, etc. Até poucas horas antes da viagem estávamos indo de carro. Como no dia ficamos sabendo que não teríamos mais companhia pro carro, decidi chamar a Giulia pra ir de moto. E ela aceitou. Seria minha primeira experiência viajando com garupa, e a primeira dela viajando de moto.


Saímos de BH numa manhã de sexta. Pegamos algum trânsito até o começo da BR-381, de onde seguimos tranquilo. A rodovia é duplicada, então fomos bem tranquilos. Claro porém, que o tédio reinou em alguns trechos, já que com pista dupla não tem tanta emoção. Chegamos a São Tomé das Letras no início da tarde, na busca por um lugar pra almoçar. E encontramos, perto da praça principal, na rua que sobe para a Pirâmide, um restaurante bem simples com PF a 9$ e bem servido.


Sobre a viagem, foi ligeiramente desconfortável, pra não dizer que foi totalmente. Acho que a DR não é a melhor moto viajar com garupa, ainda que o banco tenha sido remodelado e tenha bem mais conforto que o original. Fico imaginando a vida de garupeiro desse povo que embarca em longas viagens numa 250cc. Não é mole.



Sobre o caminho, são duas maneiras de chegar a STL. A primeira é o caminho tradicional. De BH a Três Corações pela Fernão Dias, passa pelo centro da cidade e pega a estrada para São Bento Abade e São Tomé. A opção para quem sai de BH ou tem que ir “descendo” (sentido SP) pela Fernão Dias é pegar o atalho para São Bento Abade, que possui placa indicativa. Além de encurtar um pouco a viagem, embora seja um trecho de estrada de terra, evita mais um pedágio.


Já em São Tomé e de barriga cheia, fomos em busca de um camping. Não era nossa vontade uma área no centro da cidade, então fomos pros arredores em busca de sossego. A uns 3km do centro, próximo a cachoeira Eubiose, pegando a estrada que leva à Cachoeira da Lua, encontramos um lugar bem agradável. Não lembro o nome, mas sei que tinha uma porteira azul e um pastor alemão. A diária estava 20$/pessoa, mas chorei um pouquinho e consegui por 15. Com direito a banho quente (extremamente necessário pra época) e cozinha comunitária.


Local de repouso definido, demos uma perambulada pelos arredores e paramos na Cachoeira Eubiose, que fica a uns 20 minutos do camping, pegando a estrada de volta para o centro de STL e entrando numa trilha bem batida à esquerda.. A queda, na verdade, são várias em sequência, mas bem pequena, formando um poço também pequeno e raso em grande parte. Água geladíssima para o fim de tarde.


2º São Tomé das Letras: Cachoeira da Lua, Véu da Noiva e Antares


A Giulia quase morreu de frio durante a noite, mas pra mim foi de boa. Pela manhã tomamos café e fomos encontrar o pessoal  na Cachoeira Eubiose. Pela manhã deu pra nadar um pouco melhor, já que o Sol ajudava, mas a água continuava bem gelada. Depois seguimos para a Cachoeira da Lua, que fica a alguns km’s dali, seguindo no sentido das grutas. Trata-se de um poço de tamanho médio, com boa profundidade e cercado por uma mata galeria. A queda é bem pequena, a diversão lá é se dependurar em uma corda, no melhor estilo Tarzan, e se jogar no poço. Também tem a opção de pular das partes mais altas, à direta da queda (olhando de frente).


Cachoeira Antares

Cabe ressaltar que estava bem cheio o local, mas nos divertimos numa boa. Olhamos o almoço num bar/restaurante que tem de frente pra cachoeira, mas consideramos o PF de lá caro. Decidimos voltar pro centro e almoçar no mesmo local do dia anterior.


Depois de almoçar decidimos conhecer as cachoeiras que ficam nos arredores da estrada que liga São Tomé a Cruzília. Existe alguma sinalização pelo caminho, então dá pra ir de boa sem guia, mapa ou GPS. Tanto dá que fomos e encontramos os locais.


A primeira parada foi a Cachoeira Véu da Noiva, incrível como sempre tem uma com esse nome. Fica bem ao lado da estrada, mas é preciso descer uns 5-10 minutos por trilha até o nível do rio. Chegamos ao rio e contemplamos a queda, uma das maiores que encontramos por lá (o que não quer dizer muita coisa). Como a Eubiose, são algumas quedas em sequência, formando um poço de tamanho médio e com algumas pedras, melhor para o banho que a primeira. Ficamos pouco tempo por lá, logo apareceram dois ônibus lotados e a turma já foi tomando conta do local. Sem ao menos entrar na água, mal tirei foto, saímos em busca de um canto mais sossegado.


Fomos atrás da Cachoeira Antares, que, embora tenha alguma sinalização pelo caminho, não é tão fácil assim. Pra começar passamos direto pela bifurcação, mas foi falha nossa. Depois de andar um bocado sentido Cruzília resolvemos voltar pra STL e encontramos a bendita placa indicando o caminho certo. Andamos mais alguns km’s até o começo da trilha, que fica próxima a uma fazenda. Deixei a moto perto de uma casa, que estava vazia, e caminhamos por uns 10-15 minutos por trilha bem batida até o poço da cachoeira.

Por do Sol da Pirâmide


A queda possui tamanho médio e forma um dos maiores poços que vimos por lá, com boa profundidade para banho. O lugar ficou só pra gente. O Sol quase não aparecia lá no poço, embora a água não fosse das mais geladas. Depois de nadar um bocado, retornamos pela trilha e seguimos para o camping.


A noite em São Tomé tem boas opões. Pizza, pastel, sanduíche, porção, etc. Além de comer, dá pra subir para o alto da cidade, local próximo a Pirâmide, e contemplar as estrelas a aproximadamente 1450m acima do nível do mar. Durante o dia o lugar oferece uma bela visão para todo o vale do Circuito das Águas.


3º São Tomé das Letras - BH: Poço Esmeralda (ou Verde)


No nosso último dia em São Tomé, decidimos por não repetir e visitar um dos atrativos mais distantes do centro da cidade. Trata-se do Poço Verde, ou Poço Esmeralda, que fica a 17,5km da cidade. Saímos do camping sentido grutas, passamos pelo vilarejo de Sobradinho (acho que é este o nome) e seguimos mais um pouco, até entrar numa bifurcação à direita e subir por uma estradinha em condições precárias para o poço.


O poço, aparentemente, é uma antiga cava que foi minerada, cujo lençol freático subiu e inundou o buraco. É um poço comprido e amplo, bom para o banho e também possibilita saltos da margem. Embora fraco, o Sol brilhava no céu e nos permitiu um último banho antes de retornar a Belo Horizonte.



Próximo ao poço tem as grutas de Sobradinho e também o Pico do Gavião. Em relação ao pico, o acesso parece ser um pouco mais complicado, talvez seja necessário um pouco mais de informação e preparo para alcançá-lo. Depois do mergulho retornamos ao camping, arrumamos nossas coisas e partimos de volta pra BH. Claro que, antes de pegar a estrada, fomos ao restaurante bater mais um PF, enquanto a galera comia as unhas vendo a prorrogação de Chile x Brasil pela Copa do Mundo.


A volta reservou algumas emoções. Calculei errado a autonomia e ficamos sem gasolina a uns 6km de Três Corações. Por sorte passamos por uma casa e conseguimos meio litro de gasolina de um Fusca velho. Depois de mais um aprendizado, desta vez sobre a moto, seguimos tranquilo até BH, onde chegamos no começo da noite.

BÔNUS: Vale das Borboletas
Na minha primeira passagem por São Tomé, fui até a pequena cachoeira do Vale das Borboletas, que fica bem próxima ao centro, a uns 3,5km de distância. Como era época de chuva a água não estava das mais cristalinas, mas o local é bem agradável, embora pequeno e com grandes chances de encher devido a proximidade com o centro.


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