02/02/2016

Reveillon: Serra da Canastra

(Giulia e eu) Tínhamos que viajar no fim do ano, a história começa por aí. Pra onde? Será que 1 semana é suficiente pra Chapada Diamantina? Será que vai chover - muito? Terei grana pra viagem? Chapada dos Veadeiros outra vez?

Essas foram, mais ou menos, as perguntas norteadoras. Coloquei tudo no papel e fui calcular mais ou menos quantos dias ficaríamos em cada lugar e o que daria pra fazer neles. Como a folga seria de apenas uma semana (a do Reveillon), a grana estava curta e a região da Canastra fica a 350km de BH, não teve muita dúvida. Aliás, só restou uma dúvida: será que vai chover?



1º dia: BH x São Roque de Minas: Camping Picareta e Rio do Peixe
Disponivel no Wikiloc.

Saímos de BH na manhã do dia 27. Enrolamos um pouco pra cair na estrada, tivemos que calibrar os pneus do jipito e comprar uns litros de óleo antes de começar a viagem. A ideia era estar na estrada por volta de 7h30, mas deixamos o posto por volta de 8h30.

Durante o planejamento decidi que o melhor caminho seria pela BR-262, sentido Triângulo Mineiro, ao invés da MG-050 até Piumhí. Meus motivos: a BR é duplicada até Nova Serrana (uns 120km), ao contrário da MG que é toda de pista simples; o pedágio da BR é mais barato, são apenas 2 que totalizam R$8,20, enquanto os da MG dariam mais de R$13; passaríamos por rodovias pouco movimentadas, o que é positivo tendo em vista que era fim do feriado de Natal e começo da semana de Ano Novo.

O itinerário até São Roque de Minas foi: saída de BH pela BR-262 sentido Triângulo Mineiro; após Luz, entrada para Córrego Danta; seguir pela rodovia estadual até o entroncamento com a BR-354; descer pela BR-354 até Bambuí; pegar uma rodovia estadual sentido Medeiros e depois um trecho de terra até São Roque. Este itinerário acrescenta uns 30km na viagem, em relação ao trajeto pela MG-050, além de percorrer 45km em estradas de terra com condição entre boa e mediana (o trajeto pela MG-050 é todo por asfalto).


Sempre pressa, fomos tranquilos até São Roque de Minas, pegamos um trânsito mais pesado nos 100km da BR-262 de pista simples, muitas carretas. Depois de entrar pra Córrego Danta vimos poucos carros pela estrada. O trecho de terra Bambuí x São Roque de Minas estava em boas condições na ida, já que a chuva ainda não tinha caído na região com força, seria tranquilo pra um carro de passeio.

Chegamos a São Roque por volta de 13h e já fomos direto para o camping Picareta, do Seu Chico Chagas. Montamos nossa barraca e fomos conversar com Seu Chico e o filho. Se deixar a conversa vai embora e passa a hora de ir pra cachoeira.

Depois de provar um pouco do queijo, recusar o café e a cachaça com sassafrás, saímos em busca do nosso primeiro objetivo: a cachoeira Capão Forro. A ideia era subir pela propriedade do Seu Chico até a cachoeira, então seguimos pela trilha que dá acesso aos poços do Rio do Peixe, que passa nos fundos da propriedade. A trilha é bem batida e começa pertinho da casa, a esposa do Seu Chico fez questão de nos acompanhar até lá e explicar o caminho pro poço. Passado os primeiros poços, a trilha ia ficando cada vez menos batida e mais apertada entre os capões de mata ciliar, até chegar no ponto que sumia. Dada a hora, certamente era mais de 16h, o cansaço da viagem e o tempo não muito bom, decidimos regressar ao primeiro poço e deixar a Capão Forro pra outra oportunidade. Durante a  volta vimos a famosa picareta cravada na pedra.
No primeiro dia os mosquitos sapecaram a gente, tanto que depois do banho resolvi colocar a calça de caminhada. Com o camping ainda vazio foi tranquilo pra tomar banho e depois usar a cozinha pra fazer a janta.

2º dia: Cachoeira Casca Danta por baixo e Vão dos Cândidos
Disponível no Wikiloc.

Na nossa primeira noite no camping acabamos conhecendo o Mauro, que tinha chegado lá no meio chuva que caiu no fim da tarde. Estávamos planejando de ir na parte baixa da Casca Danta e ele animou. Saímos do camping e a chuva continuava, a Giu e eu no GV e ele na Ranger. Seguimos sentido Vargem Bonita, por uma estrada de terra em condições medianas, alguns trechos tinham bastante buracos. Mesmo com a chuva caindo, não lembro de ter usado a tração no trecho entre São Roque e a portaria 1 do Parque Nacional.

Estacionamos os carros quase de frente pra portaria e fomos conhecer o cartão postal da Canastra. Antes tivemos que pagar R$9 por cabeça pra entrar no PN. Mesmo sob chuva a trilha a pé até a queda foi tranquila. Passamos por dois acessos ao rio e por uma arquibancada no meio da mata de galeria, com visão privilegiada da queda. Depois da arquibancada começa um trecho de trilha mais aberto, sobre rochas. Nessa hora não sabia se era chuva ou o spray da cachoeira que molhava a gente. Muita água na Casca Danta! Nadar no poço era impraticável, a força da água caindo formavam ondas que quebravam nas pedras da margem do poço. O leito do rio tampouco era melhor, a correnteza estava bem forte.

Depois de contemplar a queda e tomar um banho sem entrar na água, resolvemos voltar pro carro e começar a explorar um pouco a região do Vão dos Cândidos, o vale entre a Serra da Canastra e a da Babilônia. Nosso objetivo era uma possível cachoeira existente no Ribeirão Posses, a 12km da portaria do Parque.

Ao contrário do que imaginei, a estrada de terra continua boa em direção ao fim do vale. Subimos e descemos um bom trecho de serra, com curvas sinuosas e passamos pelo ponto marcado no GPS sem conseguir visualizar o começo da trilha. Paramos mais a frente, num ponto mais alto, de lá visualizamos a pequena queda do ribeirão e o começo da trilha a ser seguida. Voltamos pela estrada e conseguimos encontrar nossa entrada, então deixamos o carro lá na beira mesmo, já que não havia como seguir com ele pela trilha. Descemos por um antigo caminho de carro, há muito tempo sem uso, passamos por uma tronqueira e chegamos a beira do ribeirão. A estradinha acabava ali, nenhum sinal de continuação na outra margem do rio.


Passamos um tempo procurando uma maneira de atravessar o ribeirão sem molhar, até que o Mauro resolveu se balançar pelo galhos de uma árvore, enquanto a Giu e eu tirávamos a bota. Depois de cruzar o rio encontramos uma trilha batida, porém sem sinal de uso recente, e seguimos por ela. Passamos por uma pequena tronqueira e logo deixamos a mata de galeria pra sair em um campo. A trilha seguia subindo o morro, já com o capim tomando conta do trilho. No alto do morro deixamos a trilha (agora mais batida) e seguimos pela pedras até o ribeirão. Tivemos a visão de cima do o lugar. A cachoeira e o poço estavam lá, mas faltava a prainha, talvez pelo nível da água. Sem o banho na cachoeira desconhecida resolvemos voltar, mas, antes mesmo de começar a volta, mudamos de ideia. O Mauro já estava hipnotizado pela cachoeira de grande porte que se formava no paredão da Canastra e eu fiquei curioso pra saber se a trilha batida seguia pra lá. Sobrou pra Giulia, que teve que acompanhar a gente.

Seguimos poucos metros pela trilha batida e ela acabou. Nada de desanimar. Fomos pelo rumo direto para o ribeirão, para atravessá-lo mais uma vez. A travessia foi fácil, difícil foi encontrar um jeito de vencer a mata de galeria da outra margem. No famigerado vara-mato embrenhamos entre troncos e galhos, retornando ao campo. Vimos o que seria uma trilha, lá fomos nós só no rumo outra vez. A trilha seguia paralela ao paredão da Canastra, nada de se aproximar da cachoeira.

Desiludido pela falta de trilha resolvi ficar sentado no alto do morrote junto com a Giulia, enquanto o Mauro fazia um ataque ao possível poço da cachoeira. Em um vara-mato ele desceu em linha reta até sair do nosso campo de visão. Depois de um bom tempo tentando espantar os mosquitos e observando tudo a nossa volta, resolvi ir atrás do Mauro, e no final da segunda descida encontrei-o voltando. Ele disse que era bem complicado chegar ao poço, que tinha que se embrenhar pela mata ciliar, mas conseguiu chegar. Voltamos pela trilha e resolvemos dar um mergulho no último ribeirão que atravessamos, provavelmente o Posses.

Chegamos ao carro e logo começou a chover forte, na volta pegamos uma tempestade de verão, que atrapalhou (e muito) a visibilidade, mas seguimos mesmo assim. Despedimo-nos do Mauro no trevo que dá acesso a São José do Barreiro, e retornamos ao camping do Seu Chico.

3º dia: Poço das Orquídeas
Disponível no Wikiloc.

O dia amanheceu com aquela chuva fina, bem chata, que dá a impressão que continuará pra sempre. Decidimos ir para o Poço das Orquídeas mesmo assim. No planejamento este seria nosso único dia de caminhada mais forte, pois ainda não sabíamos como seria a cachoeira de Fundão. Foram 6,5km de pernada (13km ida e volta), desde o camping Picareta, na ida é só subida, só o trecho final e uma parte do começo possuem o relevo mais plano e um ligeiro declive. Gastamos quase 3h chegar ao poço, quase sempre debaixo de chuva.

Se com a chuva chata que caía o poço era incrível, imagino como deve ser com o sol brilhando. A água estava bem gelada, foi só o tempo de um mergulho mesmo pra dizer que não entramos. O visual nos pontos mais altos da trilha também é bem bacana, os mais animados podem seguir por uma trilha até o alto de um morro, que deve ter por volta de 1.300m de altitude e oferece a possibilidade de ter uma visão 360º da região.

Saímos do camping Picareta rumo a estrada. Chegando lá, subimos em direção ao Parque Nacional (ou a cachoeira Capão Forro). Paramos num canto da estrada e ficamos vendo os carros e camionetes tentando subir o trecho mais íngreme, que escorregava igual sabão. A terra da estrada grudava na sola da bota e formava uma placa de barro. Logo depois de passar por baixo de uma grande árvore (uma mangueira, se não me engano), há uma saída pelo lado esquerdo da estrada. Há um monte de terra (que virou barro com a chuva) logo no começo, impedindo que carros avancem. Para os que estão hospedados no centro de São Roque ou mais longe, é um bom ponto de estacionamento.


Saímos da estrada principal e seguimos por uma estradinha abandonada, provavelmente construída na época da instalação das torres de transmissão de energia da região. Seguimos por um relevo suave, que começou a descer em direçao a um córrego. Aqui passamos uma tronqueira e começou a extensa subida, que continua até as proximidades do poço. Depois de uma subida por degraus de pedra chegamos a um segundo córrego, afluente do primeiro. A trilha mais batida (uma trilha de mula/gado) seguia a nossa frente, mas aqui demos uma guinada para direita (oeste) e seguimos por uma trilha mais rala em direção a uma pirambeira.

Era um morro bem íngreme, mas a trilha estava lá, bem batida (mais erodida que batida, na verdade). A chuva que caía dificultou o início da subida, mas subimos com alguma tranquilidade. Lá no alto a trilha se dividia e seguia para a direita e esquerda, continuamos pela direita (noroeste), logo a trilha faz um cotovelo e continua em um aclive mais suave (sentido sul). Passamos por uma porteira e logo nos deparamos com mais uma bifurcação e outra pirambeira. Seguimos pela direita (pela terceira vez), subindo uma pirambeira toda cascalhada. Após vencer mais uma subida, o relevo fica mais suave, mas ainda em aclive, até o topo de um morro, que nos dá praticamente uma visão 360º. Podemos observar, ao norte, o topo de um outro morro (mais alto) e a trilha seguindo pra lá. Seguimos pela trilha em direção a esse outro morro, mas, antes mesmo de começar a subir, pegamos à esquerda em uma bifurcação. Esta bifurcação não está tão clara, pelas características do terreno e pelo fato da trilha mais batida seguir em direção ao topo do morro mais alto. Não há dificuldade, basta saber que a trilha para o poço desce pela esquerda do morro que temos a frente.

Seguindo pela esquerda do morro, logo avistamos os capões de mata, mais abaixo e à esquerda. Embora o poço aparentasse estar logo ali, não havia nenhuma trilha descendo direto pra ele. Na verdade até havia, mas era um rastro ralo sobre o capim, como se alguém tivesse decidido cortar caminho e descer direto ao poço. Com paciência, seguimos pela trilha até um ponto em que um caminho bem ralo surgiu a nossa esquerda. Descemos por ele e, poucos metros depois, a trilha voltou a ficar bem batida. Chegamos ao leito do córrego, num ponto a montante do poço. Do outro lado seguimos pela esquerda e a trilha nos conduziu até o Poço das Orquídeas. Lugar incrível, mesmo com a chuva apertando.

Com a chuva apertando, um pouco de frio e a água gelada não deu pra aproveitar muito o local. Logo tratamos de retornar ao camping, numa volta bem mais tranquila que a ida, já que era praticamente só descida.

4º dia: Cachoeira Cerradão
Disponível no Wikiloc.

A chuva continuou caindo durante a noite e persistiu pela manhã. Para facilitar a logística decidimos fazer a cachoeira Antônio Ricardo e Cerradão no mesmo dia, alterando o roteiro original. Debaixo de chuva saímos do camping e pegamos um trecho ensaboado, até chegar no centro de São Roque. De lá seguimos pra saída que leva a Bambuí e pegamos o atalho até Cerradão. Alguns km’s depois uma descida bem aguda apareceu, com o barro liso e a chuva que insistia resolvemos dar a volta e seguir pelo caminho mais longo (depois descobrimos que faltava tipo 1km pra chegar na portaria do Cerradão, mas a descida era arriscada com o barro liso).

Pelo caminho mais longo seguimos para Antônio Ricardo. A estrada foi ficando cada vez pior, a chuva insistia em cair e não passava um carro por lá. Depois de escorregar bastante, nos deparamos com um pequeno atoleiro, de uns 15-20m de extensão. Ainda faltavam cerca de 10km até a fazenda que dá acesso à cachoeira. Como o tempo não dava sinal de melhora e os pneus do carro não ajudavam naquele caso, decidimos voltar. Antônio Ricardo, que tenho em mente como uma das melhores cachoeiras da região, ficou pra próxima. Antes de seguir tiramos o barro acumulado das rodas do jipito com a ajuda de uma pazinha. O barro havia se tornado uma capa para o pneu, diminuindo ainda mais a aderência.


Voltamos pela estrada sentido Cerradão, objetivo que teríamos de alcançar de qualquer jeito, independente das condições da estrada. A estrada estava tranquila em grande parte, só os quilômetros finais que nos reservaram alguma emoção. Depois de rodar o carro de tanto escorregar no barro, vimos um sedan tentando voltar de ré pela estrada. O barro estava de um jeito que o camarada não conseguia nem manobrar o carro dele pra voltar. Oferecemos carona pro casal que estava no sedan, já que faltava pouco para chegar na portaria do Cerradão, mas eles preferiram voltar pra São Roque. Logo após passar o sedan entramos num pequeno atoleiro, de reduzida, e o GV passou tranquilo.

Chegamos à portaria e só havia dois carros por lá. Sendo que um deles, o Niva, era do funcionário da RPPN. A Band cheia de turistas havia acabado de deixar o local. Conversamos um pouco e já tratamos de descer pra cachoeira. A trilha para o Cerradão é bem tranquila e curta, com muitos trechos sombreados (como não havia sol, não fazia tanta diferença). Passamos pelo Poço do Jatobá, que se mostrou agradável, mas seria melhor se tivesse sol; pela Ducha; e logo chegamos ao último poço do Cerradão. Sem o sol ele não parecia tão atrativo, até porque não era dos maiores. Então resolvi subir a trilha à esquerda da queda pra conhecer os poços superiores. Também não eram mais animadores, mas valeu pra conhecer o local.

Cerradão não é das cachoeiras mais atrativas da Canastra, ainda mais pela taxa de $10/pessoa pra entrar; mas é uma cachoeira de fácil acesso, com uma trilha sem desafios e curta. De qualquer forma, não me arrependo pelo passeio. Infinitamente melhor que ficar o dia inteiro na barraca escondido da chuva, além do mais, ainda nos divertimos e ganhamos um pouco de experiência dirigindo no barro escorregadio da região. Aliás, muita experiência. Na volta, quando passamos pelo atalho, encontramos com uma TR4 virada de lado, após uma curva. Por sorte havia uma cinta no outro carro (tá na nossa lista de compras) e conseguimos desvirar a TR4.

5º dia: Cachoeira da Chinela e Casca Danta por cima
Disponível no Wikiloc.

Enfim o dia amanheceu sem chuva e prometendo até um pouco de Sol! Tomamos o café e seguimos para a Cachoeira da Chinela, que fica entre São Roque e Vargem Bonita, a aproximadamente 17km do Picareta. Foi recomendação de um camarada que estava no camping com a gente. A estrada é tranquila até lá, com alguma sinalização pelo caminho e casas também (no caso de surgir alguma dúvida). Mesmo com a chuva que caiu nos últimos dois dias, o único ponto crítico da estrada foi um pequeno atoleiro em curva, numa baixada logo após uma das casas.

Sem muitas emoções pelo caminho, logo chegamos ao fim da linha, um pasto com alguma sombra e uma casinha, fechada e vazia. Era dia 31/12, normal que não tivesse ninguém por lá. Então não sei dizer se cobram pela entrada dessa cachoeira. A trilha começa ao lado da casa, bem batida, plana e curta, com um bom trecho de sombreado. Numa caminhada rápida e bem tranquila (livre para todos os públicos), logo chegamos ao poço da Chinela.


Era uma cachoeira de tamanho médio, com um poço entre médio e pequeno, com alguns pontos mais profundos (diria que uns 3m no máximo), bom pra nadar se tiver pouca gente por lá. Como chegamos cedo, não havia ninguém por lá e aproveitamos bem o lugar. A cachoeira é bem aconchegante! Mesmo com muita mata em volta, o Sol iluminada o poço sem dificuldades, mesmo pela manhã.

Com o passar das horas outro grupo chegou a cachoeira, e, como ainda iríamos subir a serra, decidimos retornar ao camping para arrumar nossas coisas. Passada aquela parte legal de desmontar e guardar a barraca no saco, fizemos nosso almoço na cozinha comunitária do Seu Chico. Com a barriga cheia, lá fomos nós pra segunda etapa da viagem: São João Batista da Serra da Canastra, um arraial que pertence ao município São Roque de Minas.

Como o Sol apareceu, o barro liso e grudento que pegamos no dia do trekking ao Poço das Orquídeas secou e facilitou nossa subida. Aliás, uma baita subida! Até a portaria do Parque Nacional ainda passamos pela entrada das cachoeiras Capão Forro e Capão da Mata. Dentro do PN a estrada é bem precária em alguns pontos, no geral a classificaria como ruim. Não é necessário um 4x4 no topo do chapadão da Canastra, mas o carro precisa ser alto. Em alguns pontos a água da chuva lavou grande parte da terra e do cascalho da estrada, deixando apenas rochas nuas e vários buracos e valetas. Mesmo com a estrada bem precária, ainda vimos um sedan e outros carros baixos andando lá no alto.

O visual no alto do chapadão é incrível, pra qualquer lado que se olha. Muitos carcarás por lá. Aliás, ou eram muitos, ou víamos sempre os mesmos. Passamos pela nascente do São Francisco (tinha mais mosquito que água), Curral e Garagem de Pedra (deixamos pra volta) e entramos na estradinha que dá acesso à parte alta da Casca Danta. Já se aproximava das 4h, se não me engano, e o tempo não era dos melhores, então o pessoal já estava indo embora. Chegamos lá e eram só mais três ou quatro carros.

Fomos até o mirante, que tem um visual incrível do vale do São Francisco, lá pros lados de Vargem Bonita, além da vista do Vão dos Cândidos e Serra da Babilônia (se não me engano). Na parte alta, o banho de rio teve que ser em um pequeno afluente do São Francisco, já que a correnteza era forte neste. A chuva começou a cair e resolvemos seguir pra São João Batista, ainda teríamos que arrumar um local pra passar as próximas noites.

Voltamos à estrada principal do PN e seguimos pro arraial de São João. No caminho avistamos a estrada que dá acesso a cachoeira do Fundão, com uma placa de todo tamanho: INTERDITADO. Na portaria do Parque o segurança nos avisou que o arraial estava cheio, como já era quase 18h do dia 31/12, já imaginei a gente tendo que dormir no carro mesmo.


Nas pesquisas que fiz pela internet, o único camping de São João Batista da Serra da Canastra é o Vila Canastra, administrado pelo Willian. E na prática era só esse mesmo, embora perguntássemos em todo lugar que tinha barraca se ali era área de camping. Chegamos lá e o Vila Canastra estava abarrotado e barraca, o que não era uma surpresa. A área também não era das maiores, era um meio lote gramado e cercado. Falamos com o Willian e ele nos pediu um tempo, mas disse que conseguiria um local pra gente. Algum tempo depois já estávamos montando nossa barraca numa beirada do camping, num espaço que era a conta da barraca (uma Coleman p/ 4 pessoas), espremidos entre uma escada e os vizinhos.

O camping, embora não seja dos maiores, é bem organizado e tem uma boa infraestrutura. O que podemos chamar de camping gourmet. As três noites que passaríamos por lá ficou em 120$ pra cada. Mal sabíamos que um dos camping mais caros que já ficamos nos reservaria uma das piores experiências em comunidade.

6º dia: Cachoeira do Fundão
Disponível no Wikiloc.

Recapitulando a noite anterior, no meio da multidão que estava no Vila Canastra, conhecemos o Hélder, a Simone e a Cássia, lá de Uberlândia. Um grupo que estava na mesma frequência que a Giu e eu. Tínhamos combinado de ir até a cachoeira do Fundão juntos.

Como a noite anterior foi de Reveillon, rolou uma festinha no camping. Enquanto a galera que estava lá vestia seus melhores trajes, a Giu e eu só queríamos saber de descansar pro próximo dia. A festinha rolou (com direito a bandinha tilelê) e nós não tivemos problemas pra dormir. Isso até umas 4h da manhã, quando 3 ou 4 senhores, ainda em ritmo de festa, acharam que podiam continuar o batuque e a conversa em alto volume. A Giu pediu com educação duas vezes, pra eles moderarem no volume da conversa. Como se não bastasse falar alto, eles estavam bem perto da nossa barraca.

O grupo moderou o tom, saiu do camping e depois retornou, lá pelas 5h30 da manhã, fazendo mais barulho ainda. IMPRESSIONANTE. A Giu pediu educamente pela terceira vez e eles começaram fazer piada disso, então GENTILMENTE mandei todo mundo calar a boca, parar de fazer piada e que, se fosse pra continuar com a baderna, fosse todo mundo lá pra praça do arraial ou pro meio do pasto. Eles relutaram um pouco, mas, ENFIM, saíram do camping pra retornar só pela manhã, sem fazer tanto barulho. Acordamos com um dos indivíduos se fazendo de vítima, falando que foi censurado durante a noite. Ainda fui lá conversar com ele pela manhã e o mesmo concordou que exagerou durante a noite, mas que fez isso porque estava “muito doido”.

Passada a confusão da noite, tomamos café, arrumamos nossas coisas e embacamos todos juntos no jipito. Destino: Fundão. O Sol brilhava pela manhã e, ignorando algumas informações, descemos pela estrada que dá acesso à cachoeira. O Hélder e a Simone já conheciam o local, e sugeriram que o carro ficasse estacionado em um descampado, a uns 5km do destino. Sábia decisão. Depois do descampado havia duas descidas bem pesadas. Uma era o que sobrou da estrada, rocha nua, valetas e buracos; a outra era aquela terra vermelha, que quando chove vira um barro bem liso.


Sob um Sol bem forte e um céu claro seguimos a pernada. Pouco mais de 1h e chegamos a antiga fazenda, que foi desapropriada e hoje integra do PN. Não vimos ninguém por lá, embora houvesse sinal de vida. Continuamos andando e na travessia do córrego encontramos o caseiro, ou o funcionário que era responsável pelo reflorestamento de um antigo pasto. Ele só perguntou se estávamos indo pra cachoeira, assentimos e nada mais foi dito. Seguimos por um antigo pasto, que até pouco tempo dificultava bastante a caminhada até o Fundão, já que as brachiarias chegavam a altura do peito. Como o trator havia aberto caminho por lá, não tivemos problema. Rapidamente chegamos ao trecho de rochas, parte final da trilha.

Avançamos e logo apareceu o visual da cachoeira. FANTÁSTICA. A mais bonita do PN, na minha opinião. Rapidamente chegamos ao poço, muito grande e com uma água num tom de verde um pouco mais escuro que o da Chapada dos Veadeiros. Mesmo com a chuva dos dias anteriores, a visibilidade debaixo da água estava muito boa. Nadamos com gosto sob um Sol típico do cerrado. A cada vez que saía da água e me secava, tinha vontade de pular lá dentro de novo. Realmente o ponto alto da viagem.

Lá por volta das 14h, o céu azul deu lugar a um bocado de nuvens, que se aproximavam da gente. Resolvemos voltar. Tarde demais. Ainda no pasto a tempestade caiu. Uma baita chuva! Torrencial! Aguaceiro! Enganado pelo Sol forte da manhã havia deixado o anoraque no carro. Péssima escolha. Cheguei a casa da antiga fazenda completamente molhado. Lá nos abrigamos da chuva sob um telhadinho e esperamos a tempestade passar. E demorou!

Quando a chuva afinou, depois de mais ou menos 1h esperando, resolvemos sair. Depois de uma baita subida chegamos ao jipito. Na volta uma fumacê danado à esquerda, provavelmente um raio que havia caído durante a tempestade e que conseguiu incendiar alguma coisa no alto do chapadão. No camping nos deparamos com uma penca de barraca alagada, mas a nossa permanecia intacta. Embora com alguns distúrbios, foi nossa melhor noite de sono em São João.

7º dia: Cachoeira da Parida e João Inácio
Disponível no Wikiloc.

Mais uma vez acordamos cedo. O pessoal de Uberlândia estava pensando em visitar a parte alta da Casca Danta, mas viram um trecho da estrada no dia anterior (e a ameça de chuva) e resolveram seguir novamente com a gente (eles estavam em um carro baixo). Saímos de São João pelo Parque Nacional e seguimos para a portaria de Sacramento. Esse trecho da estrada estava em condições medianas, sem atoleiros, mas com muita água acumulada em poças. Numa delas, mais profunda do que eu esperava, passei mais rápido do que devia e até entrou água no carro. Parece que a água molhou um pouco as velas, e o carro começou a pipocar em determinadas circunstâncias.

Nada que atrapalhasse nosso ímpeto, logo saímos do PN e passamos entre plantações e eucaliptos, seguindo as poucas placas pra Parida, sendo guiados pelo GPS. Depois de muito chão chegamos a fazenda que dá acesso à cachoeira. Cada um pagou 10$ para o caseiro e fomos pra trilha. Novamente, uma trilha bem tranquila e curta até um pequeno poço. Na verdade, não tão tranquila, no meio do caminho um abelhão gigante trombou comigo e acabei com uma picada no braço. Ardeu um pouco, mas sem inchaços e/ou maiores preocupação. A água gelada do rio tratou de aliviar qualquer problema.

Com uns 10-15 minutos de trilha, chegamos a um pequeno poço, no fim do cânion da Parida. Tinha um bocado de gente por lá, então resolvemos seguir direto pra cachoeira. A cachoeira da Parida, de verdade, fica no fim do cânion. Para chegar lá é preciso subir a queda da pequena cachoeira que forma o pequeno poço e seguir pelo leito ou pela margem rio acima. Pela explicação parece um lugar de difícil acesso, mas é tranquilo. Só é preciso saber nadar.


Como a Cássia não sabia nadar, ela ficou de castigo no poço pequeno, junto com as coisas que não levamos (praticamente tudo, menos a GoPro). Atravessamos o poço a nado e subimos a pequena queda, que deve ter uns 3m de altura. A subida é tranquila, já que há vários degraus à esquerda de onde a água desce. Basta estar atento nos pontos de apoio, para não escorregar. No alto da pequena queda tem um outro poço, só que menor que o primeiro. Passamos por uma das margens desse poço, não lembro qual, e depois subimos umas pedras pela direita (de quem sobe o rio). Andamos mais um pouco pelas rochas da margem, atravessamos o rio mais uma ou duas vezes e logo apareceu o fundo do cânion e a bela cachoeira. No trecho final fomos nadando rio acima, embora fosse um trecho quase raso.

Aquela água cristalina, a cachoeira escondida no fundo do cânion…. Parida é um lugar incrível. A melhor descrição foi a que ouvi do Hélder: o lugar tem cara de paraíso perdido. Ficamos lá um bom tempo e o Sol deu a cara algumas (poucas) vezes. Mesmo sendo um cânion razoavelmente estreito (a largura em alguns momentos deve ser próxima de uns 10-15m), não acho que seja alto o risco de ser apanhado em uma cabeça d’água. Desde que esteja atento ao nível da água, é claro. Se acontecer, dá tempo de subir em alguma margem ou alguma pedra e esperar o grande volume de água passar. O momento mais crítico do ataque à Parida, ao meu ver, é o retorno ao primeiro poço. A melhor opção, ao meu ver, é pular de um ponto à direita da queda (pra quem está descendo). Claro que, antes de subir e pular, é necessário checar o lugar certo do salto, para não ser surpreendido por uma pedra mais rasa. Acredito que descer ao lado da queda ou por uma outra via mais seca é mais arriscado, mas dá pra fazer também.

Reecontramos com a Cássia, comemos e partimos para a cachoeira João Inácio, que ficava a uns 20km dali, o que podemos chamar de perto. A sinalização é um pouco precária também pra essa cachoeira, mas tem algumas casinhas e fazendas pelo caminho. Guiados, principalmente, pelo GPS, chegamos à entrada de um Bar e Cachoeira João Inácio, onde também tinha um totem. Descemos um pouco pela estradinha, mas achei que ainda estávamos muito longe da cachoeira, então resolvi voltar e seguir adiante na estradinha anterior. Passamos por dois mata-burros e logo apareceu uma porteira aberta à esquerda. Fiquei sem querer entrar ali e resolvemos voltar (mais uma vez) pro totem inicial, onde descemos a estradinha até o fim. No final chegamos uma casinha que tinha uma placa: Cachoeira 10$. Como estava longe, perguntei pro rapaz que estava lá se não havia um caminho que chegasse mais perto, ele então falou da outra porteira. Então subimos pela segunda vez até a estrada principal, passamos novamente os dois mata-burros e descemos pela porteira quenestava aberta à esquerda.

No final da descida uma casinha, buzinei mas não apareceu ninguém por lá. Como a estradinha seguia pela direita e havia uma outra porteira aberta, decidimos continuar. O caminho foi ficando mais estreito, até que passamos por um carro estacionado. Aí começou uma descida bem forte, onde a estrada parecia terminar. De 4x4 não tem desculpa, então a gente desceu mesmo assim, estacionando o carro em uma pequena clareira gramada, a uns 50 metros da cachoeira.


João Inácio é outra cachoeira muito bonita e bem aconchegante da Canastra. A queda é pequena, mas forma um poço de bom tamanho e excelente pra nadar. Sem falar na praia de cascalho e no desnível gradual do fundo do poço, que facilita o acesso para todas as idades. Os últimos dois dias revelaram três quedas excelentes da região da Canastra.

Na volta vimos uma placa indicando a cobrança de 10$/pessoa pra visitar a cachoeira, bem na chegada àquela casinha. Oops. Vai ver foi por isso que o povo não fez uma cara muito boa quando a gente passou por eles. Como já passava das 17h, não poderíamos retornar pela estrada do PN. O que transformou a volta numa grande aventura noite adentro.

Pra começar marquei São João Batista como ponto de destino, mas o GPS indicava só o caminho pelo Parque. Então fomos seguindo pela estrada, esperando o momento que ele recalcularia a rota. Nisso a gente errou o caminho e foi parar numa fazenda. Voltamos pra estrada principal e pedimos informação para um senhor. Não foi a melhor explicação que já ouvi, mas seguimos por um dos caminhos indicado por ele. Sem confirmar muito no GPS seguimos estrada afora, até que uma picape se aproximou de nós. Perguntamos sobre o atalho pra São João Batista, se era por ali mesmo, se nos informaram que estávamos MUITO errados. Ele até iria explicar o atalho, mas como a noite já se aproximava, decidimos segui-lo pelo estradão até Tapira, e de lá pegar a estrada que leva a SJB.

Depois de muitas curvas, subidas e descidas, mas sem maiores emoções, chegamos no arraial por volta de 21h, bem cansados (imagino que todos estavam mortos). Creio que foram por volta de 150km de offroad.

8º dia: Serra da Canastra x BH

Pra fechar nossa estadia no camping Vila Canastra com o clima bem ruim, acordamos por volta de 4h da manhã com um grupo de aproximadamente 10 pessoas conversando bem alto ao lado da nossa barraca. Pedimos gentilmente (de verdade) pra eles diminuirem o volume da conversa. Acho que o fato de estarem em um grupo grande fez com que eles se sentissem donos do espaço. De imediato eles falaram que não iriam maneirar, que se a gente quisesse dormir que fosse pra casa, que ali não era lugar de descansar. (Peraí irmãozinho, você não sabe nada de campismo e não tem o mínimo senso de comunidade!) Tenho certeza que a maioria ali estava acampando pela primeira vez, ou nunca tinham acampado de verdade, pra achar que tudo é festa e não respeitar o espaço alheio. Enfim, como o diálogo não iria pra frente, fomos até a casa ao lado e chamamos o Willian. Explicamos o ocorrido e ele foi até a mesa onde o grupo estava reunido e pediu pra galera maneirar. Depois de um tempo o grupo se dissipou e conseguimos dormir, um pouco em paz.

Durante a manhã, depois do café e com as coisas arrumadas, fomos até a casa do Willian e demos nosso feedback. Ele está começando no negócio e disse que tal problema nunca tinha acontecido anteriormente. A gente teve uma boa conversa e ele disse que ia colocar uma sinalização no camping e estipular algumas regras, e que também não aceitaria esses grandes grupos (parece que o pessoal da bagunça veio por meio de uma agência de turismo - ou algo assim). De qualquer forma, ele garantiu que fora dos feriados o arraial fica bem tranquilo, mais propício pra quem deseja conhecer a região.


Pegamos um queijo com o Willian (25$ a peça) e seguimos pra parte alta do Parque Nacional. Como o tempo não estava dos melhores, sem Sol e ameaçando uma boa chuva, abortamos a cachoeira dos Rolinhos, outra que ficará para uma futura volta. Logo após passarmos pela portaria de São Roque, a chuva desabou! Outra tempestade! E estávamos em um dos trechos mais escorregadios e inclinados da estrada. Devagarinho encostei o carro fora da estrada e um pouco antes de uma curva. Ali esperamos a chuva passar. E demorou! Como parecia que aquilo não ia acabar nunca, e contra a vontade da Giulia, decidi descer mesmo assim.

Pra ela ficar menos nervosa, fui de 1ª reduzida durante todo trecho mais inclinado, a mais ou menos 5km/h. E isso não evitou que o carro desse algumas escorregadas laterais. Passado o trecho crítico, deu pra descer de 2ª e até 3ª reduzida, sempre com cautela. No final do trecho de serra, já chegando na entrada do camping Picareta, voltei a colocar a 1ª reduzida, pois era um trecho mais inclinado e bastante escorregadio.

Já em São Roque, fomos procurar mais queijo pra levar pra BH. Era domingo, dia 04/01 e a maioria dos estabelecimentos estava fechado, inclusive o supermercado onde compramos um queijo por 16$ a peça. Passamos na Canastra Adventure e perguntamos na recepção onde poderíamos descolar um queijo. A moça falou do Seu Donizete, do povoado de Sobradinho, a uns 11km dali, indo pela estrada de asfalto que segue pra Piumhi. Então fomos nós atrás do Seu Donizete. No KM 11 da estrada entramos à esquerda para o povoado e seguimos até o Pesque-Pague. Lá perguntamos pelo Seu Donizete, que se fazia presente. Ele nos levou até o local onde o queijo fica curando. Infelizmente não tínhamos muito dinheiro e nada ali aceitava cartão, então compramos apenas três queijos (20$ a peça, ele fez os três por 50). O queijo dele é muito bom, recomendo demais! Almoçamos uma comida típica mineira no Pesque-Pague e pegamos o caminho da roça, saindo de São Roque sentido Bambuí.

Mesmo com a chuva, a estrada de terra para Bambuí estava tranquila pra gente. Numa subida um pouco mais pesada, passamos por um caminhão e dois carros que tentavam subir, mas derrapavam no barro molhado e liso. É aquele momento que compensa o 4x4: engatei a tração e subimos numa boa. Completamos o tanque em Bambuí, pagando 3,76$/L na gasolina. De lá seguimos pra BH pelo mesmo caminho da ida. Bem tranquilo até a BR-262, que tinha muito movimento. Já chegando em Nova Serrana começou a chover forte e a água nos acompanhou até BH. Provavelmente trouxemos a chuva pra capital, pois o relato era de que fazia um calorão por aqui.

Chegamos em casa por volta de 20h30-21h, depois de muita chuva, barro e drifts de jipão na Serra da Canastra! Rodamos quase 1300km em 8 dias de viagem. A relação onroad/offroad foi próxima de 50/50. Usamos muito a tração e pegamos muito terreno pesado, mas o consumo do GV 2002 não foi alto ou excessivo, ficou dentro dos padrões dele. Aprox.: 10km/L.

DICAS E INFOS:
A região da Serra da Canastra é muito grande, para explorar toda a região é preciso, pelo menos, três semanas de viagem e um veículo 4x4, de preferência. A região do Parque Nacional possui muitas cachoeiras no entorno, algumas com pouca informação disponível.

Nos períodos de chuva uma viatura 4x4 é essencial para trafegar pelas estradas vicinais. Na seca, para visitar a parte alta do Parque Nacional, um carro alto já basta. Como os atrativos são distantes dos centros urbanos e uns dos outros, o ideal é ter um veículo a disposição. As cidades e povoados da região possuem boa infraestrutura para o turismo.

GASTOS DA VIAGEM (por pessoa):
Gasolina: 200$
Comida: 85$
Camping: 220$
Pedágio: 8,20$
Ingressos: 20$
Ingressos Parque Nacional: 45$
+ Outros
TOTAL: 672,45$

COMO CHEGAR:
O Parque Nacional da Serra da Canastra está localizado na região sudoeste de Minas Gerais, a 330km de Belo Horizonte, a capital mais próxima, a cidade referência é São Roque de Minas. O acesso pode ser feito tanto pela MG-050, caminho todo asfaltado; como pela BR-262, mais curto mas com um trecho de terra. As duas rodovias possuem pedágio. De ônibus é preciso checar qual empresa faz o trajeto BH x São Roque.

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