18/09/2015

Brasil Central - 23 dias: Minas Gerais (4/4)

Finalizando a jornada pelo Brasil Central com chave de ouro, passando por onde sempre quis conhecer, mas não tinha tido oportunidade até então. Depois de um giro por terras familiares no Norte de Minas, era hora de conhecer dois tesouros do Espinhaço: a Cachoeira das Fadas e a do Telésforo.


18-23 MINAS GERAIS: NORTE DE MINAS E SERRA DO ESPINHAÇO

18º dia: Chapada Diamantina x Bocaiúva

A viagem fez com que eu estivesse indo pra Bocaiúva numa sexta-feira, justo no final de semana que era aniversário do meu pai. Lá na Miroca nem coloquei celular pra despertar, fui dormir cedo e iria levantar assim que abrisse os olhos pela primeira vez, durante a manhã. Acho que acordei por volta de 6h00, terminei de arrumar minhas coisas sem tentar acordar o cozinheiro e o Morris, que estavam no quarto. Tudo pronto, montei as coisas na moto e deixei o sítio da Miroca numa manhã bem nublada.

O caminho de volta seria pelo norte de Minas, para chegar até lá deveria deixar a Chapada e seguir para Guanambi, quase no oeste baiano. Como já sabia que o trecho entre Brumado e Sussuarana, no que deveria ser a BR-030, estava bem ruim, tendo em vista que passei lá ano passado e pelos comentários da família carioca que morava na Bahia (eles até estouraram um pneu passando por lá), decidi sair de Ibicoara e seguir para Jussiapê, por estrada de terra. De lá seguiria por asfalto, passando por Livramento de Nossa Senhora, e desceria pra Brumado pela BA-148, evitando o trecho esburacado.


A estradinha de terra entre Ibicoara e Jussiapê estava em boas condições, com poucos buracos. Ela é muito parecida com aquela entre a vila de Guiné e o asfalto da BA-142, próximo a Mucugê. No meio do caminho há o povoado de Capão da Volta, depois é só seguir a estrada principal. A parte final é uma descida interminável, pelo Morro Branco, algo assim. De acordo com os dados do GPS, há um desnível de aproximadamente 800m (!!!) entre o começo da descida até a ponte sobre o Rio de Contas, já na beira do asfalto. Embora seja uma descida com várias curvas fechadas, parece que fizeram uma melhoria no trecho, então também se encontra em boas condições.

Chegando no asfalto foi bem tranquilo o trajeto pela BA-148, o trecho que requer mais atenção é a subida e descida de serra entre Marcolino Moura e Liv. de Nsa. Senhora. Tem curvas muito fechadas e um bom movimento de veículos por lá. Passando a serra é praticamente só reta até Brumado, sem muito movimento de veículos também.

Entre Brumado e Guanambi o movimento de veículos é maior, principalmente o de carretas e caminhões. O asfalto é bom, a sinalização deixa a desejar. Depois de Caetité há uma serra, onde está instalado um parque eólico. As curvas não são tão fechadas, mas como alguns caminhões perdem o embalo na subida, acaba se formando uma grande fila de veículos. Em alguns momento tive que passar pelo acostamento para dar passagens para carros, carretas e ônibus, que ultrapassavam os veículos mais lentos do sentido contrário. Como estou acostumado com a BR-135, onde isso ocorre com frequência, apenas dou passagem pra galera e nem esquento a cabeça.

De Guanambi até a divisa com Minas Gerais muitas obras na BR-122, com trechos de pare/siga. Depois de sofrer um pouco nesse trecho, acelerei até Espinosa, primeira (ou última) cidade de Minas Gerais. Lá fui procurar algum lugar pra almoçar, foi difícil! Custei pra ver um restaurante na rua principal da cidade. PF honesto, ainda mais que custava só 8 pratas.

Embora tivesse andado um bocado, mais de 400km, ainda tinha um bom pedaço de chão pela frente, eram mais de 300km de Espinosa a Bocaiúva. Nesse trecho mineiro da BR-122 as cidades aparecem rápido: Monte Azul, Mato Verde, Porteirinha, Nova Porteirinha e Janaúba. Boa parte do trecho com incrível presença da Serra Geral do Norte de Minas ao fundo, um pedaço da Serra do Espinhaço setentrional.

Depois de Janaúba um retão sem fim, sem muito o que ver para distrair um pouco. Parece que Montes Claros nunca vai chegar. Saindo da BR-122 e entrando na BR-251 o trânsito muda completamente, muitos caminhões e carretas. Pra variar um caminhão de coco virado de cabeça pra baixo (ainda não sei como) no acostamento. Trânsito ainda pior. O asfalto na BR-251 é um dos piores que já peguei, talvez pelo incrível movimento de veículos pesados, o que me lembra a 381.


Nesse trânsito lento percebi que o farol da moto estava desligado, pois não via o reflexo dele no carro a minha frente. Como o interruptor estava na posição de ligado, desliguei-o e tornei a ligar, o farol acendeu por alguns segundo e apagou de novo. Fiz o mesmo processo outra vez e o farol permaneceu ligado por alguns minutos, mas logo apagou novamente. Era só o que faltava! A tarde quase chegando ao fim, ainda faltavam uns 50km pra Bocaiúva e ainda tinha que passar pelo posto da PRF de Montes Claros. Pelo menos o farolete estava funcionando, devia dar uma enganada.

Acelerei o ritmo pois não queria descer a serra de Montes Claros seguindo a luz do veículo a minha frente. Passei tranquilo pela barreira da PRF e consegui ultrapassar uns caminhões no alto da serra, com trecho menos sinuoso e mais plano. Cheguei em Bocaiúva com o Sol já se pondo, ainda bem que não enrolei pelo caminho. Foram 750km de Ibicoara até aqui.

19º dia: Bocaiúva x Várzea da Palma

Quando cheguei em Bocaiúva, na noite anterior, consegui falar com meu pai e ele me disse que trabalharia no sábado, então não iria pra lá. O jeito era ir pra Várzea da Palma comemorar o aniversário dele. Mais uns 200km no roteiro original. Pra quem já tinha andado quase 4.000km, não era nada. Antes de seguir viagem, fui até o mercado municipal, pois sábado era dia. Comprei um marmitex de paçoca de carne, meu almoço nos dias longe da cidade e dois saquinhos de mexerica.


Peguei a BR-135 sentido Montes Claros, o farol da DR ainda não funcionava e, mais uma vez, teria que passar pela PRF. Passei de boa outra vez, já chegando na cidade entrei na BR-365, rumando para Pirapora. A estrada tem um bom movimento de caminhões, até porque é a principal ligação (única) entre o Norte de Minas e o Triângulo Mineiro.

Chegando em Pirapora entro à esquerda em um trevo sem muita sinalização, pegando a BR-496 para Várzea da Palma. Mais alguns quilômetros por uma estrada com pouco movimento e chego ao meu destino, às margens do estragado Rio das Velhas.

20º dia: Várzea da Palma

Aniversário do meu pai! Como o mesmo está em dieta, nada de estripulias, somente um almoço mesmo e mais tarde um açaí. Durante grande parte do dia ficamos mexendo na DR, tentando resolver o problema do farol. Desmontamos banco, tanque e carenagens, aparentemente tudo estava certo. Como não conseguimos abrir o interruptor da esquerda, imaginamos que o problema era ali.

Já havíamos testado as fiações, a lâmpada e os interrruptores da direita. O farol seguia sem acender de jeito nenhum. A viagem terminaria assim, sem farol. Como meu retorno seria por um caminho alternativo e durante o dia, não teria muitos problemas. Já que falo de problemas da DR, um lado do suporte da bolha soltou nessas andadas por estrada de terra, acabei não percebendo (provavelmente foi quando cheguei em Ibicoara e peguei a estrada de terra durante a noite). Também não conseguimos um parafuso com tamanho bom pra prender o lado direito, então a gambiarra permaneceu até o fim.

p.s.: depois de terminar a viagem, fui resolver as questões da moto (exceto a bolha). O problema do farol era um mal contato no interruptor que acende o farol e o farolete, nada que uma lixadinha não resolva. O voltímetro também tinha se soltado com o balancê, mas uma fita dupla face e dois “esforca-gato” resolveram o problema. Daí foi só trocar óleo, filtro e ser feliz.

21º dia Várzea da Palma x Corinto

Várzea da Palma entrou no roteiro de última hora, mas retornei aos planos originais com a ida a Corinto. Almocei com meu pai em Várzea e rumei pra lá, mais 100km de asfalto. Na última vez que fiz esse trecho passei por uma onça pintada, caída na beira da estrada. Provavelmente atropelada, esses bichos não costumam tirar cochilos por aí.

Como a estrada praticamente não tem movimento, além de ser praticamente só retas longas, com aclives e declives, em 1h ou menos dá pra fazer esse trajeto entre Várzea e Corinto. Cheguei lá e fui tratar de conhecer a casa nova do meu avô, que já morou em umas 15 diferentes.

22º dia: Cachoeira das Fadas e Telésforo
Disponível no Wikiloc: Cachoeira das Fadas e Telésforo.

Há muito tempo pensava em fazer esse trajeto entre Corinto e Diamantina. Quando era pequeno passava muito por aqui, indo pra fazenda de uma das tias da minha mãe. Na época ainda era terrão e muita costela de vaca, hoje em dia o trecho já é asfaltado até Monjolos, metade do caminho.

Saí cedo de Corinto e segui para Conselheiro Mata, um distrito de Diamantina nas bases da Serra do Espinhaço. Era a última etapa da viagem, na qual conheceria a Cachoeira das Fadas e a do Telésforo. Passei sobre o Rio das Velhas, por umas pontes treliçadas, remanescentes da estrada de ferro que ligava Corinto a Diamantina.


Em Monjolos parece existir dois caminhos para Rodeador, o próximo povoado, escolhi o mais curto. Ao percorrê-lo (ignorando as placas que avisavam sobre um desmonoramento) fui saber que se tratava da antiga estrada de ferro. Embora sem nenhum sinal dos trilhos e dormentes, o caminho era bem estreito (pouco mais que a largura de um carro), com muito cascalho e curvas suaves, era uma subidinha leve até Rodeador. Sobre o desmoronamento, também não havia sinal dele.

Depois de Rodeador deixei a estrada da Maria-Fumaça de lado, parece que os trilheiros passam por lá, e segui pelo estradão até Conselheiro Mata. Se a memória não falha, foi a única estrada de terra que peguei com aviso de quilometragem (aquelas plaquinhas azuis indicando o nome da rodovia e o km).

Em Conselheiro Mata as ruas de pedra são horríveis, velocidade de 10-15km/h, se não o veículo desmancha naquela bateção. Tem uma igreja bem visível logo que se entra na cidade. Pra quem segue sentido Diamantina, basta entrar à esquerda depois dela, por uma estradinha de terra, esse é o caminho para Cachoeira das Fadas. Depois de um mata-burro aparece um casarão, com cara de abandonado/vazio, embora tivesse um sujeito olhando por lá. Basta seguir pela estradinha até uma área mais aberta, longe do casarão, aqui é o estacionamento. Mais pra frente a trilha se fecha e fica um pouco mais complicada pra carros de passeio, mas de moto dá pra seguir tranquilo e deixá-la na boca da trilha.

Prendi o que dava pra prender na moto e desci com o resto, até porque era uma descida curta, menos de 300m. O desnível até a cachoeira é razoável, mas nada que canse o vivente. Cheguei lá e me deparei com aquela água que lembrava um pouco da Chapada dos Veadeiros. Bem diferente da maioria das águas que escorre pelo Espinhaço. O Sol não iluminava muito bem o poço, então tratei de esperar um pouco pra ver se a situação melhorava, mas não mudou muita coisa.


Depois de um tempo refletindo apareceram duas tias por lá, daquelas que reclamam de tudo. Inclusive elas não podia pisar na lama que se formava perto da água por achavam extremamente nojento. Também morriam de medo daquelas aranhas que são igual vitamina C, não fazem mal pra ninguém. Tipo de gente que não faço muita questão de encontrar nessas andanças.

Como o Sol não melhorava a situação do poço resolvi entrar assim mesmo. Água geladíssima! Doía o peito e era difícil de nadar. Como não se lembrar de São Tomé? Devido as condições de temperatura e pressão o banho foi rápido. Comi umas mexericas e juntei minhas coisas, era hora de, enfim, conhecer o Telésforo. Na trilha de volta acabei trupicando numa raiz e quase que fui de boca no chão. Mesmo quando faço bobagem consigo ser um pouco esperto, então aliviei um pouco a queda com as mãos.

Moto preparada, era hora de seguir para a Cachoeira do Telésforo. A entrada é logo após a cidade, se estamos seguindo no sentido Corinto-Diamantina. Há uma placa amarela na beira da estrada indicando. O trecho inicial da estradinha é bem ruim, uma subida chata pra quem está de carro baixo e/ou 1.0. Muitas pedras soltas e buracos, mas depois fica bom.

No meio do caminho percebi que a moto fazia um barulho estranho quando atingia determinada rotação do motor. Ao chegar na segunda porteira, já dentro da fazenda que “administra” a cachoeira, até tentei verificar com mais calma, enquanto esperava alguém aparecer. Ninguém apareceu para cobrar os R$10 de ingresso e também não descobri que barulho era aquele, fiquei com a impressão de que era dentro do motor. Era só o que me faltava.

Depois de entrar na fazenda o caminho fica mais plano, o trecho final tem alguma areia, que lembra, bem de longe, o Jalapão. Bateu saudade. No fim da estradinha algumas placas e logo se chega ao areião, aqui foi caçar um lugar (sombra) pra por a moto e armar a barraca. Tinham algumas pessoas por lá, acho que uns três carros e duas barracas montadas. Isso numa terça-feira, começo de agosto.Imagina como o lugar deve ficar num feriado.

Telésforo é bem bonito, com a serra (que dá nome ao local, segundo a carta topográfica) ao fundo. Por outro lado há muita sujeira espalhada por lá. Restos de fogueira, carvão, lixo… o que tira um pouco da beleza do lugar. Aproveitei o resto da tarde para dar uma explorada pelo local, principalmente na parte à montante da queda. Lá de cima tive uma bela vista da área. Ê Espinhaço bonidimais da conta!


Quando voltei da parte alta percebi que todo mundo tinha se mandado, a noite seria só pra mim. Estendi um pano sobre a areia e fiquei lá deitado um bocado, observando o céu, as estrelas e os satélites. Bateu uma saudade de casa, de todo mundo. Era hora de voltar. 23 dias depois de partir pra Goiás.

23º dia: Do Telésforo a BH pela Estrada Real

A noite foi bem tranquila acampado na prainha. Na madrugada a lua cheia apareceu e iluminava como um farol. Acordei com o Sol já se aproximando da barraca. Fazia algum calor por ali. Abri a porta para ventilar e a vista não podia ser melhor. Com calma tomei café, arrumei minhas coisas e prendi tudo na moto. Ainda tinha um pedacinho da Estrada Real e da Serra do Cipó pela frente.

Passei pelas porteiras, onde geralmente cobram o valor de 10$ pela entrada e, novamente, não havia ninguém. Fui voltando tranquilamente pela estrada e dei uma ligeira cortada no caminho, ao seguir pelos eucaliptos, sem pegar a entrada indicada para Conselheiro Mata (até porque não iria voltar pra lá). Um pouco de subida e descida e logo estava no meio do Espinhaço, com seus característicos campos rupestres. Esse trecho entre C. Mata e Diamantina possui um visual incrível.
Sem pressa e admirado pelas paisagens construídas pelo Espinhaço, cheguei ao asfalto, há alguns km’s do centro de Diamantina. Segui para a cidade e, logo no primeiro trevo, peguei o caminho para Milho Verde, o começo do Caminho dos Diamantes. Não é fácil encontrar a saída,. sinalizações são poucas e bifurcações muitas. Felizmente, com auxílio do GPS e dos totens, não dei muitas erradas por lá.


Alguns minutos depois e já estava na estrada de terra, passando por um dos últimos bairros de Diamantina. Alguma centena de metros adiante e apareceu um asfalto, pra minha surpresa. Será que tinham asfaltado o trecho Diamantina x Milho Verde? A resposta veio rápido: não. Pros mais empolgados, aviso, o asfalto termina no meio de uma descida bem forte e logo após tem uma curva considerável pra direita.

Muito sobe e desce até Milho Verde, passando por Vau e São Gonçalo do Rio das Pedras. Em alguns pontos a estrada está ruim, com buracos, valetinhas e pedras. Sem falar dos trechos mais estreitos, pra quem pensa em ir de carro. Falando em carro, encontrei um Tipo bem no meio de uma descida. Aparentemente estava abandonado lá há alguns dias. É um trecho pra se andar devagar, principalmente com a moto carregada e pesada.

Depois de quarenta e poucos quilômetros, desde Diamantina, cheguei a Milho Verde, destino de uma das melhores viagens que já fiz. Na saída do povoado o asfalto reaparece, por ele sigo até Serro, onde encaro mais um bocado de terra até Conceição do Mato Dentro. Entre Serro e Conceição um trecho da MG-010 que está em obras há tempos. Muito movimento de caminhões e camionetes nessa área, em virtude da proximidade com as mineradoras da região. Como alguns trechos de terra são mais estreitos, fica difícil ultrapassar veículos maiores.

Alguns trechos funcionavam em pare/siga, por causa das obras. Aparentemente passei em alguns trechos da estrada logo após o caminhão que molha a pista pra diminuir a poeira. Aquela terra compactada e úmida tinha aspecto de sabão, todo cuidado era pouco. Felizmente não dei nenhuma escorregada nos trechos mais molhados, mas não arrisquei muito. O pior mesmo foi o barro que impregnou em toda a moto. Agora sim ela estava com cara de que passou 1 mês na estrada rodando pelas piores estradas do Brasil.

Passando pela MG-010 deu pra perceber que tem trechos novos asfaltados, o que é animador. Além disso, tem outros dois ou três trechos em estágio avançado, diria que eles receberão asfalto em breve. Apesar dos avanços, acredito que demore um bocado a completa pavimentação do trecho, já que existem áreas estreitas e outras que não possuem sinal de obra. Outra notícia boa é que arrumaram o trecho da MG-010 que passa por dentro de Conceição do Mato Dentro, sem mais desvios.

Passei por Conceição e agora começava um dos melhores trechos da volta, muitas curvas e um visual magnífico da Serra do Cipó. Cada vez mais perto de casa. Parei no trevo que dá entrada ao povoado de Três Barras, no KM 150 da rodovia, pra almoçar o que restava de paçoca de carne. Bucho cheio, poderia seguir viagem numa boa, e assim foi até BH.

Depois de passar pela vila Serra do Cipó a estrada é muito menos sinuosa. Achei que teria vida fácil até BH, mas pouco depois o trânsito estava parado por conta de um caminhão embrenhado no mato, na beira da pista. Enquanto o guincho manobrava, procurando a melhor forma de se posicionar, cortei caminho pelo mato mesmo, na outra margem da pista.


Vinte três dias e, aproximadamente, 4.800km depois, estava de volta a BH, fui bem recebido pelo trânsito da cidade. Depois de chegar, foi estranho me acostumar com a rotina de estar na cidade. Sem mais horas sobre a moto, estradas ruins, cachoeiras e paisagens incríveis por algum tempo. Essa jornada pelo Brasil Central foi algo que desejei por meses, confesso que completá-la me deixou um pouco perdido. E agora? Só o tempo dirá.

DICAS E INFOS:
A Cachoeira das Fadas parece ser pouco visitada, tanto pelos locais como pelos visitantes. É um local muito aconchegante, mas é melhor ir no verão pra conseguir nadar no poço. rs. Já o Telésforo é o oposto. Pela facilidade de acesso, já que a estrada vai até a beira do rio, praticamente, o local é muito procurado por moradores da região, principalmente em feriados e finais de semana com Sol forte. O ideal é ir durante a semana, ou no verão, quando parte da estrada alaga e impede o acesso de carros de passeio. Aí é seguir os 3km finais a pé ou a bordo de um 4x4 ou moto.

TOTAL DE GASTOS:
Gasolina: 78,35$
Hospedagem: 0$
Alimentação: 39,11$
Ingressos: 0$
TOTAL: 117,46$

TOTAL DE GASTOS DA VIAGEM:
Chapada dos Veadeiros (8 dias): 632,37$
Jalapão (5 dias): 343,44$
Chapada Diamantina (5 dias): 414,48$
Minas Gerais (5 dias): 117,46$
TOTAL 23 DIAS: 1507,75$*.
*Sem contar a manutenção da moto, como troca de óleo, filtro, etc que tive quando cheguei.

COMO CHEGAR:
Conselheiro Mata é um distrito de Diamantina, localizado próximo a vertente oeste da Serra do Espinhaço. A capital mais próxima é Belo Horizonte, saindo de lá é melhor seguir pela BR-040 e depois pela 135 até Corinto, pegando a rodovia estadual MG-220 até o distrito. A viação Pássaro Verde tem ônibus para Conselheiro Mata, mas atente-se: a cachoeira das Fadas fica próxima ao centro do distrito, mas Telésforo está a uns 16km de distância. Ademais, existem poucas opções de hospedagem no distrito (mas existem!).

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